Por Felipe Campos
Sacerdote do Templo-Escola de Umbanda Cacique Pena Azul

Ponto que convivemos diariamente dentro da Umbanda, é com o nome simbólico dos guias espirituais. Podemos dividir o nome simbólico em dois grupos distintos, um que chamamos de “Mistérios Ocultadores” e outro que chamamos de “Mistérios Reveladores”.

Temos como um breve exemplo de um nome simbólico ocultador, o nome da maior parte dos Pretos Velhos, como por exemplo, Pai Joaquim de Angola. Por si mesmo, este nome não nos revela muito quanto a irradiação de trabalho ou sua sustentação nos Orixás, a única coisa que este nome nos revela é o processo historia do qual seu arquétipo está inserido, pois, ao se apresentar com um nome cristão e não africano, mostra que faz parte de um contexto histórico de escravização, quando eram batizados com nomes portugueses ao desembarcar no Brasil, fora isso, apresenta neste exemplo, que sua origem seria de Angola, pronto, nenhuma informação a mais é dada quanto a irradiação e sustentação, logo, chamamos de mistério ocultador.

Neste caso, para sabermos sua irradiação, precisaríamos conversar com o Mentor, ou reparar nas cores de velas que usa, ou até então, observar os símbolos e signos utilizados no ponto riscado desta entidade.

Já os Caboclos, por exemplo, em sua maioria trabalham com os nomes baseados nos mistérios reveladores, ou seja, seus nomes por sí só já revelam sua irradiação e sustentação.

Possuímos centenas de nomes simbólicos de guias e Caboclos, mas aqui vou exemplificar com o nome da linha de Caboclo Pena Azul, mas o processo de analise é o mesmo para demais linhas.

Primeiro ponto que observamos é que acima de qualquer nome ele é um Caboclo, logo, por si só já possui sustentação de Oxóssi, pois, o sustentador da linha de trabalho Caboclos é Oxóssi.

Segundo ponto a observar neste caso é o “Pena”, o mistério das penas, que são das aves, assim como os das folhas também são de Oxóssi, então ai reforça sua sustentação e lhe dá a capacidade de absorver e trabalhar com irradiações dos planos de Oxóssi.

Depois de Caboclo e Pena, vamos observar o Azul. Pode parecer brincadeira, mas para ter uma avaliação mais precisa neste caso é necessário entender qual tonalidade de Azul estamos falando, pois, se o Caboclo se manifesta com as cores de vestimenta plasmada ou velas no azul escuro, é irradiador do Orixá Ogum, já se for o azul claro, então o irradiador é a Orixá Iemanjá.

Você pode perceber que as respostas estão realmente nos pequenos detalhes, totalmente atrelados ao simbolismo. E um detalhe muito importante também, pois, já como o azul tanto pode ser de um Orixá quanto do outro, o guia, no caso, Pena Azul, pode tanto manifestar uma irradiação, quanto outra, quanto as duas, pois, além das tonalidades está por trás disso tudo o que podemos chamar de mistério do Azul, que contempla estes Orixás.

Claro, a certeza das irradiações individuais ou das duas, teremos com o ponto riscado desta entidade.

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