Em minhas consultas, a primeira pergunta dos clientes é: “Como garantir que a magia vai funcionar?”, logo seguida da outra: “Quando terei os resultados?”.

Partindo deste pensamento, já sabemos que algo pode realmente dar errado. A magia não é uma ciência como matemática (Hard Science), ela carece de vários fatores, diversas variáveis e da capacidade mágica inata ou desenvolvida do feiticeiro.

Dependendo do sistema mágico que utilizamos, até mesmo os elementos mudam de contexto. Aí você pode se perguntar:

“Mas, uma folha não é uma folha? Ela não tem um axé específico?”.

Não necessariamente! Eu costumo citar que no Hoodoo usamos a alfazema (lavandula officinalis) como uma erva para atrair amor, romance. Contudo, dentro da prática da Umbanda, usamos a Alfazema para trazer conexão com o espiritual de uma forma branda.

Mas então, como definir se estou fazendo certo ou errado?

Claramente, não tem como. Você deverá pegar um sistema para você e DETERMINAR que essa planta faça o que você pretende. Cada elemento possui suas capacidades, porém elas estão em estado de letargia, sendo que há um elemento nelas que é meio que padrão. No caso da alfazema, se você nem fizer conjuração ela vai automaticamente de colocar num estado de equilíbrio mental.

Então por meio da Determinação, vamos definir como ela vai agir: “Que essa alfazema desperte agora todo seu poder, trazendo a conexão espiritual que desejo que ela possuía, elevando meus pensamentos e minha alma ao plano de conexão espiritual”.

Mas e se você fizer isso com uma folha de eucalipto? Pedir conexão espiritual, funciona? Provavelmente não, pois ela não tem esse axé dentro dela. Mesmo que conjurássemos ela e ainda assim, forçarmos a planta, ela não atingiria o resultado.

Falado isso, quero levantar aqui uma polêmica de algum tempo atrás onde alguns sacerdotes de Candomblé questionavam o uso de folhas de boldo na cabeça, onde isso poderia atrasar e perturbar a vida dos adeptos.

Pode ser na tradição deles, e quando falamos tradição, queremos dizer especificamente a família ou nação que ele pertence. Um Candomblé Ketu pode achar isso, mas o Candomblé Angola trabalhar de forma distinta. Mas, a pergunta é: “Se não posso programar uma erva (ou qualquer outro elemento) para algo que ele não possui inato (axé), o boldo possui capacidade destrutiva?”.

Sim! Todos os elementos são duais, a mesma planta que te eleva o espiritual pode cortar essa conexão (alfazema) se conjurada para isso. O axé é o contato espiritual, porém o verbo que irá definir o que fará é CONECTAR ou DESCONECTAR. E quando há verbo, há magia!

“E Deus disse: Faça-se a Luz. – E a Luz se Fez”.

O boldo para a Umbanda é erva consagrada a Oxalá, sendo ele o divino protetor de toda fé, de tudo que é puro, de tudo que é verdadeiro, de tudo que é iluminado espiritualmente. Se faço um banho ou amaci de boldo e preparo isso na cabeça com o propósito de me conectar a essa força, você terá um excelente resultado.

Por isso, cada tradição com sua tradição, porém você pode tentar criar suas formas de trabalho, como faz a Magia do Caos e a Magia Popular. Contudo, a Magia Popular é algo empírico que há séculos funciona, a magia do Caos nem tanto.

Como garantir que a magia vai funcionar?

Não podemos garantir, mas podemos determinar que ela funcione. Magias baseadas na fé, são mais frágeis que magias baseadas em sistemas. A Umbanda usa muito de magia natural, mas também aplica muito magia baseada em fé. Já a Quimbanda usa ferramentas de magia sacrificial, magia natural e magia tradicional, que são MECANISMOS se pondo em movimento e não dependem da fé.

Contudo, nem todos são APTOS a trabalhar com magias que são baseadas em sistemas, pois isso carece de treino, dedicação e de ter MOYO (ou Axé) para tal. Mesmo nessas magias, o cliente ou consulente ainda desempenha um bom papel.

Que adianta o cliente ir lá fazer o ritual se ele não PERMITIR que aquilo funcione em sua vida. Se ele fechar seu “ori” para isso? Se ele fechar seus campos energéticos? Neste momento o próprio consulente/cliente está fazendo uma magia de reverso mental, para impedir o fluxo da magia.

Outra coisa, o que adianta fazer magia sem certeza de que você quer mexer no vespeiro? Recebo muito o pedido “Quero destruir fulano de tal”, mas você tem certeza? No oráculo mostra que a pessoa não tem certeza e está sendo motivada por um momento de raiva. Para fazer magia é preciso clareza…

Então, primeira coisa é trabalhar isso internamento para haver essa permissão, depois a magia se desenrola.

Ainda assim, pode ser que a magia não funcione. Qual seria o motivo? O alvo da magia está protegido e precisamos criar um subterfúgio para fragilizar ele e suas defesas.

Quando fazemos um feitiço para qualquer pessoa, seja de amarração ou de cura, devemos primeiro “fragilizar o seu anjo da guarda”, para que a magia penetre em seu campo energético e espiritual. Quantos feiticeiros fazem isso? Quase nenhum… A maioria só quer saber de acender vela e incenso.

Existe também uma situação em que a magia não funciona. Ela não tem Linha de Funcionamento! E isso nós verificamos no oráculo (por isso a importância do feiticeiro ter seu oráculo). Quando uma magia não tem linha para funcionar, devemos aguardar um outro momento para questionar o oráculo. Se ainda assim ela não tiver linha, temos que repensar nossa abordagem mágica.

Quando terei os resultados?

No momento certo, nem antes e nem depois, no momento exato! Tem magia que você colhe o resultado instantaneamente, outras demoram meses e até anos. Mas geralmente a janela que se dá para feitiços de uso comum são de 7 a 21 dias, sendo que após isso, é possível refazer ou até mesmo reforçar a magia.

Lembrando que não estamos falando de matemática onde 1 + 1 = 2, mas ainda assim existe uma ciência na feitiçaria. Com as técnicas corretas vamos criando a possibilidade, semeando o campo que foi fertilizado, para que o feitiço traga resultados.

E quando não trouxer resultados? O que acontece é que algumas magias devem ser repetidas, mas os clientes/consulentes, não querem gastar mais dinheiro com isso (o que demonstra que não tinham tanta vontade assim).

Então, feitiçaria é uma atividade de persistência, paciência e muita técnica. É na sombra da noite, recolhido pela Lua Nova, onde o feiticeiro ataca.


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