Quando somos manipuladores mágicos experimentados, algumas dúvidas do inicio da nossa caminhada mágica é deixado nos escaninhos esquecidos da mente, ou seja, esquecemos completamente as angústias e as dificuldades primeiras que os postulantes ao caminho mágico enfrentam.
Seja em caminhos mais tradicionalistas e ortodoxos, sejam em caminhos populares ou até mesmo na magia pós-moderna, podemos encontrar as mesmas dúvidas principais que acabam por nos deixar, muitas das vezes, paralisados no aprendizado.
Essas inseguranças e muitas vezes impedem o progresso e acabam por criar uma frágil – e ilusória – incapacidade mágica. Dentre as primeiras das dúvidas está a questão do propósito da magia.
Por que deveríamos, em um mundo inundado de informações pasteurizadas, mal compreendidas e muitas vezes manipuladas, procurar sair do ciclo criado por nós mesmos? Manter a imobilidade mágica, algumas vezes parece mais confortável, visto que o caminho mágico no proporciona encarar nossos medos profundos e nossas mais imbecis confusões e programações mentais enraizada.
Primeiramente o maior medo é que o propósito mágico esbarra em crenças enraizadas, principalmente na questão de não prejudicar alguém ou, deveria ao menos, dizer que não pode criar magias negativas que possam afetar o próximo.
Mas, você já parou para pensar realmente que tudo que fazemos pode ser taxada de magia negativa? Que tudo acaba, por uma vez ou outra, infringindo o livre-arbítrio? Ainda mais, imagine-se em uma situação abusiva ou com conhecimento de uma situação abusiva ocorrendo com algum conhecido. Você iria se manter estático vendo a pessoa que você tem apreço sofrer e até mesmo podendo sofrer algo muito mais sério?
Quando alguém nos faz mal, por que devemos simplesmente abaixar a cabeça e acreditar que isso é parte da programação divina de nossas vidas, onde devemos aceitar o fardo completamente e de forma abnegada?
Tudo isso é bobagem, a questão mais importante neste caso é que Deus quer que você lute! Dê valor para sua vida e use das ferramentas que ele lhe muniu para exercer a sua autonomia e até mesmo se proteger.
Por isso muitas crenças mágicas não se utilizam das leis tríplices de retorno, da lei de causa e efeito e muito menos da questão do Karma. Contudo, o que ocorre é que essas leis são mal compreendidas.
O que devemos focar é na justificativa. Se algo é justificável, pode ser feito, mesmo que a princípio pareça agressivo.
O propósito da magia é de ser uma ferramenta útil para sua vida e que essa possa ser usada. Alguns dizem que é o único recurso dos desvalidos – eu concordo em partes.
O que ocorre é que o retorno negativo de uma magia ocorre geralmente pela culpa que carregamos no ato que estamos fazendo a magia. Se nós achamos que estamos fazendo algo de ruim, de fato essa energia irá ser carregada na magia e irá incorrer em um refluxo mágico de autopunição, programado por você mesmo.
Conseguem entender isso? Contudo se você está fazendo uma magia que de fato é carregada de justificativa, nada de ruim irá incorrer contra você. Além disto, devemos sempre fazer nossas práticas mágicas com calma e serenidade, por isso quando constrangidos ou com ira e outros sentimentos mais fortes, devemos ter cuidado…
Não faça uma magia para causar situações de retorno ou negativa, em um momento eu você esteja cheio de raiva ou de ira! Isso irá nublar seu pensamento e seu propósito mágico também será afetado.
Adiantando no assunto, a gente pode ser levado a pensar no que realmente, a magia deve ser empregada. Alguns chegam a julgar que magias de amor (desde que não sejam negativas e antiéticas, carregadas de emoções perniciosas e sem justificativa – e dizer eu o amo, não é justificativa suficiente) são bobagens.
Dizem que a magia é para propósitos mais nobres, porém eu discordo completamente.
Dentro da minha experiência no terreiro o que mais vi foram pessoas sofrendo verdadeiramente por causa de amor, de saúde e por questões financeiras. Agora, me diga: Por que não se utilizar da magia para auxiliar as pessoas neste caso? O propósito pode ser, aparentemente, saúde, amor ou dinheiro, porém de fato você está atuando no sofrimento daquela pessoa.
Stephanie Rose Bird, autora de diversos livros sobre Hoodoo, dentre eles “Stick, Stones, Roots & Bones”, “Four Seasons of Mojo” e “365 Days of Hoodoo”, propõe que a magia é utilizada principalmente para: “Vida Amorosa”, “Amizades”, “Trabalho”, “Prosperidade e Dinheiro”, “Sorte”, “Proteção”, “Maldições e Banimentos”, “Justiça ou Problemas Legais” e “Movimentação”. Eu ainda incluiria aqui as questões de “Saúde Física, Mental e Espiritual”.
Os trabalhos de “Vida Amorosa” focam em trazer um amor para você, sem definir propriamente quem é esta pessoa, deixando a cargo da sua energia e do seu magnetismo, atrair alguém que lhe é também compatível. Também tem o propósito de auxiliar em desentendimentos de casais, ajustar os relacionamentos e trazer harmonia para relacionamentos.
As magias de “Amizade” acabam tendo o mesmo escopo praticamente, só que focada em pessoas que não queremos como interesses amorosos. Uma questão encontrada nesse campo de magia é que é a de desfazer inimizades ou perseguições de colegas de trabalho. Muitas pessoas usam magias de justiça para isso, porém estão focando em algo que não é exatamente tão eficaz assim.
Os feitiços focados em “Trabalho”, ajudam a encontrar um emprego, um trabalho, a mantê-lo, a aprimorá-lo, a melhorar sua condição nesse local e com as pessoas que lá estão ou são relacionadas como chefes e clientes. Também ajudam a criar um fluxo de clientes para uma condução saudável do empreendimento. Está também é uma das áreas que focam de forma distorcida, pois geralmente atuam mais com a questão da prosperidade para os trabalhos.
Os feitiços de “Prosperidade e Dinheiro” são de fato para atrair riquezas e prosperidade para a vida de uma pessoa.
A área de magia que chamamos de “Sorte” é focada em ganhos pessoais, principalmente no campo dos jogos de azar e em questões onde a sorte é essencial.
Os feitiços de “Proteção” são autoexplicativos, assim como aqueles intitulados “Maldições e Banimentos”.
A área de “Justiça” é bem mal compreendida, visto que não entendemos o que é Justiça de fato. Neste caso, essa área foca principalmente em casos legais ou que a justiça esteja envolvida, principalmente a justiça dos homens e não tanto a Justiça Divina.
Agora a área de “Movimento” é uma escolha da autora para o que na Umbanda chamamos de diligência ou demanda. Quando a vida muitas vezes está estagnada ou os caminhos parecem estar fechados, não basta apenas um “uncross ou unhex” (Desmagiamento), muitas vezes precisamos mesmo é de passar com um trator por cima dos obstáculos.
E por fim, área de “Saúde” que eu acrescento como muito importante, pois é uma realidade a falta de acesso a saúde básica que a população mais de baixa renda tem. Muitas vezes essas pessoas acabam caindo nas mãos (sábias) de curandeiras e benzedeiras, que irão conduzir com sua sabedoria empírica a melhora e o tratamento. Contudo devemos ter muito cuidado para não cair na mão de charlatões e pessoas com índole duvidosa.