O insight para esse texto surgiu de uma conversa entre amigos e um post colocado no grupo Espiritualidade em Estudo. A discussão surgiu devido a premissa a seguir:
“Um título vale mais do que conhecimento? Seria necessário um título para referendar ou dar validade a conhecimento?”.
Contudo, isso não foi o princípio de tudo, mas o questionamento do porquê eu não uso títulos antes do meu nome e nem sequer nos vídeos que apresento no YouTube. Isso se dá claramente por causa de uma opção pessoal, por não querer que as pessoas me sigam simplesmente porque possui determinada titulação ou que acreditem que sou líder de algo, pois ao afirmar isso incorremos em dois problemas sérios:
- Foge-se de um dos lemas principais da Umbanda: Simplicidade.
- Ao determinar que você tem certa “patente elevada” algumas pessoas simplesmente param de questionar as informações e se tornam robôs.
Eu não quero isso para o Perdido em Pensamentos e nem para nenhum projeto ligado ao blog. O meu intuito desde o princípio é fazer as pessoas pensarem, usarem a racionalidade e resgatar a simplicidade da Umbanda e das práticas populares.
Não vemos isso constantemente? Canais de YouTube com “pais e mães” com dezenas de milhares de seguidores e muitas visualizações, páginas sendo seguidas de forma entusiástica com muitos compartilhamentos, podcasts com séquitos de seguidores e muito mais?
Nós do Perdido somos bem mais humildes (não por opção, mas por realidade), com 10 mil seguidores na fanpage, média de duas mil visitas diárias no blog, pouco mais de mil e setecentos inscritos no Canal de YouTube e poucos ouvintes dos Podcasts (tanto o Caminhos, quanto o Papo na Encruza). Destes ainda, poucos, muito poucos, interagem conosco, mas sabemos o impacto dos nossos textos, vídeos e outros trabalhos, a cada e-mail recebido com críticas e também com elogios e agradecimentos.
Dentro deste pensamento todo, me vem à mente como nós estamos determinados a seguir figuras que se promulgam (autopromulgam) sacerdotes, dirigentes, pais e mães de santo, bruxos e bruxas, magos e magas, etc.
Quando ouvimos essas personagens (pois o são realmente personagens) nós paramos de questionar. Não vamos conferir se o que eles falam é exatamente o que eles vivenciam na sua vida pessoal, na sua vida religiosa e na sua vida como um todo.
Justamente, essa falta de “divulgação de títulos” é o que muitos acusam como culpado para que os números do projeto Perdido em Pensamentos sejam tão discretos. Mas é assim que eu também sou, discreto dentro do que acham de mim e muito “aparecido” no que tange ao que acredito como algo a se discutir.
Esse é um post para reflexão, como muitos outros, para que possamos pensar em como estamos conferindo mais valor aos títulos do que realmente ao conhecimento e como isso está sendo um impeditivo para nossa real evolução e nosso aprendizado.