Deparei-me outro dia com a seguinte pergunta – em uma página espírita: Macumba Pega?

Já achei curioso, pela página – sendo espírita – estar questionando isso publicamente, principalmente usando o termo macumba. Mas o que me chamou mesmo a atenção foi a resposta dada pela página. Acompanhe abaixo:

Macumba pega ?

“Digo macumba para ficar de um fácil entendimento para todos, macumba é uma palavra popularizada criada por nós mesmo quando direcionamos isso ao significado de algo ruim, mas a macumba mesmo, é um instrumento bem antigo de origem africana utilizada hoje em reuniões da umbanda.

O que quero realmente falar são das existências de trabalhos para o mal.  Após iniciar meus trabalhos em reuniões mediúnicas de desobsessão, eu percebi a imensidão de trabalhos que realmente existem com o propósito de causar o mal a alguém, seja para perder trabalho, terminar relacionamentos, induzir a vícios, causar conflitos na família, enfim, são vários as intenções direcionais por aqueles que querem fazer o mal. Mas a pergunta é: Macumba pega? Eu lhe respondo que, depende.

O trabalho para o mal pega naqueles que abrem abertura para que essa energia seja absorvida por você e faça efeito. A oração, o evangelho no lar, o otimismo, o pensamento positivo, dispersa para longe todo tipo de energia negativa que seja direcionada a você.

Agora quando não oramos, quando pensamos negativo, abrimos brechas para essa energia que foi emanada até você, concretize o desejo daquele que foram atrás de realizar o trabalho. Portanto, não possibilite com que essas energias sejam absorvidas por você. O trabalho para o mal existe, agora se vai ser eficaz isso é você que irá decidir. Muita luz.”

A primeira coisa a qual chamo atenção nesse texto é para o emprego do termo macumba, como algo pejorativo. Sabemos e estamos cansados de ver por aí a defesa do uso do termo, por se tratar apenas de um instrumento musical, ou como alguns defendem, a madeira com a qual se faz esse tipo de instrumento, fazendo com o que o próprio instrumento se confunda com a árvore que lhe dá corpo.

Contudo, devemos deixar claro aqui, que isso já passou dos limites, pois o termo Macumba é usado para designar uma prática mágica, quase uma seita mágica, antigamente encontrada nos morros cariocas.

Altar Macumba Carioca

 

Zimba / Macumba Carioca

Nós temos que parar com essa vergonha de assumir práticas que realmente existiram, procurando – falsamente – criar uma história que não é verídica para ficarmos com cara de bonzinhos e socialmente aceitos perante a sociedade não umbandista, candomblecista, catimbozeira, macumbeira e afins. Essa – antes inocência – chega hoje a beirar a um estelionato religioso.

Dando seguimento ao texto, vê-se que o espírita não entende muito de Umbanda, dizendo que usamos o dito instrumento nas giras, o que não é verídico, pois usamos atabaques e na casa original do Caboclo das 7 Encruzilhadas, nem isso se usa. Agora vamos voltar a pergunta:

De fato “Macumba pega”?

Se o que estamos nos referindo como macumba for um trabalho de magia negativa (ou negra, na forma antigamente falada de classificação, porém totalmente inapropriada), pega sim. Porém, existem diversos fatores que contribuem para que qualquer magia seja bem sucedida:

    1. Merecimento e Necessidade: Possuir o merecimento de passar por aquela provação ou a necessidade de passa por aquela provação/expiação. Também é válido para bênçãos, glórias, livramentos, magias positivas, etc.
    2. Conduta Pessoal e Reforma Íntima: Como nós nos relacionamos com o mundo, com a sociedade e conosco?
    3. Crenças Pessoais: Como é o processo de crença de cada um. Se uma pessoa não crê (ou crê piamente que não será vítima de macumba, por não existir ou por estar protegido) ela cria um escudo ou barreira mental, impedindo que a “energia negativa” atue de forma mais direta. Porém, isso pode ser burlado. Eu recomendo o filme “A Chave Mestra”, para uma ilustração de como essa questão de crença funciona.
    4. Refluxo de Magia: Quando nós fazemos magia para alguém e isso é devolvido ou retorna pela lei do retorno, naturalmente.

De qualquer forma podemos criar salvaguardas, proteções, para-raios e outros para impedimento de demandas, para que não nos tornemos alvos dessas magias, porém a melhor forma de proteção de fato é por meio da reforma íntima e não só da oração como cita o nosso amigo Espírita no texto.

>> Faça nosso curso de Proteção e Limpeza de Ambientes <<

Apesar que tenho que dar o “braço-a-torcer”, pois ele avançou no pensamento. A maioria dos espíritas nem sequer acreditam em magia e demandas.

Nós não conseguimos ficar 100% do nosso tempo em pensamento positivo, seja pela nossa própria personalidade, seja pelas dificuldades que a vida nos impõe. Se pegarmos pessoas ditas santas na história, veremos que todos tiveram seus momentos de fraqueza.

É como se todos nós possuíssemos buracos na nossa aura e uma hora ou outra, a magia negativa encontrará esse buraco e se alojará ali. Esses buracos são formados por nossas faltas pretéritas e atuais, nosso comportamento, nosso desvio de caráter e também por uma questão de Karma (que acaba se misturando com a questão das faltas pretéritas).

Mas graças a liberdade (livre-arbítrio) concedido por Deus a nós humanos, podemos combater isso. Podemos nos livrar dessas “macumbas” com “boacumbas”. Desculpem o sofrível trocadilho.

Banhos, descarregos, banimentos e várias outras práticas mágicas e religiosas, podem nos ajudar com essas atividades, contudo se não houver reforma interior, será apenas algo paliativo. Lembrando que reforma interior ou íntima é muito mais do que só rezar e aceitar as vicissitudes da vida.

Algumas vezes reforma interior é realmente ir a briga por uma injustiça, perpetrada contra você ou contra seu semelhante.

Agora vocês podem responder: MACUMBA PEGA?

%d blogueiros gostam disto: