Hoje vou falar sobre um tema que percebo muito na minha rotina clínica, ao atender crianças e adolescentes.

É claro, adolescentes não são fáceis de lidar e sei bem que para os pais é, muitas vezes, um desafio. Já ouvi uma mãe me dizer:

“Agora minha filha está em suas mãos, não sei mais o que faço!”

É claro que acolhi e busquei compreender que é realmente difícil, Aqui entra nossa empatia, entender que não é moleza mesmo, no entanto não pude deixar de apontar algo extremamente important, e que as vezes é esquecido quando se trata do profissional de psicologia: não somos responsáveis pelas pessoas que passam por nós, não temos controle sobre a vida dela (o que falamos no texto passado) e tampouco fazemos papel de pai, mãe, tia, filho (embora aconteça frequentemente das pessoas transferirem esses papéis para nós, como foi o caso exposto). Estamos aqui sim, para auxiliar no que pudermos, apontar aquilo que está difícil de ver, de fazer, de pensar, mas não assumiremos papéis que não são nossos. Psicólogos também tem limitações e impotências, acredite!

A responsabilidade pela sua vida, e da criação de seus filhos, é sua. Vamos e devemos ajudar, seremos facilitadores. Podemos apontar, orientar, ajudar a tomar decisões, mas seu papel não pode e não deve ser anulado, pelo contrário, nesses casos deve ser fortalecido e empoderado.

Outro ponto importante, para finalizarmos, é que, a psicoterapia da criança/adolescente é dela. Também sigilosa, pais não devem invadir esse espaço, afinal, para que a psicoterapia flua como deve é necessário confiança e segurança por parte do paciente quanto ao terapeuta e ao espaço. Para que isso seja alcançado eu preciso respeitar a verdade da criança, o tempo dela e aquilo que ela também tem a se queixar.

Não é levado em consideração SOMENTE e isoladamente, a queixa dos pais. Essa criança deve TAMBÉM ser olhada e compreendida em seu sofrimento e em sua totalidade, não podemos nos prender somente ao olhar dos pais sobre ela.

Concluo aqui nosso texto da vez, desejo a todos uma ótima semana. E papais… Não se desesperem! Para tudo, ou quase tudo, há um jeito ou um caminho.

 

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