Essa coluna tem a intenção de comentar sobre as questões abordadas no Livro dos Espíritos. Irei dar a minha interpretação, opinião e muitas vezes contestação sobre as questões feitas aos Espíritos por Kardec. Longe de mim ser a Verdade, a proposta é justamente incentivar aos leitores a fazer o mesmo e procurar exercitar o discernimento e raciocínio. Então se a minha opinião lhe parecer ácida demais, coloque a sua opinião nos comentários, assim criamos um grupo de estudos autônomo. Bons estudos a todos.

As perguntas, respostas e comentários de Kardec estão com indentação avançada.

Capítulo I – De Deus – Provas das Existência de Deus

4. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
“Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”

Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.

Nossa ciência empírica procura as causas dos fenômenos, hoje o que outrora designava-se como manifestação dos deuses é visto com outros olhos como fenômenos naturais que seguem regras estabelecidas. Porém, nem todos os por quês foram respondidos ainda, eis que para provar algo procuramos a Causa plena.

É possível provar que DEUS existe? Com o nossa ciência atual não, porém podemos provar que Ele também não existe? O mesmo se mantêm.

O cientista real na observância de não poder provar algo não pode assumir que aquilo não existe, ele precisa tanto dos dados positivos e negativos. Se não há negação ou provas para a existência de Deus tampouco há de sua inexistência.

Mas os Espíritos vêm em nosso socorro dizendo simplesmente para olharmos a Criação. Eis que fica-nos evidenciado que uma inteligência superior há de ter criado tudo que experimentamos, não é possível que o mesmo tenha sido obra do acaso.

5. Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência de Deus?
“A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma conseqüência do princípio — não há efeito sem causa.”

6. O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não poderia ser fruto da educação, resultado de idéias adquiridas?
“Se assim fosse, por que existiria nos vossos selvagens esse sentimento?”

Ademais que esse sentimento é inato do ser, em acreditar numa energia superior que criou o Universo, também se pauta na mesma crença inata nos selvagens, como Kardec designou-os na época, que seriam os povos primitivos.

Os indígenas e algumas tribos africanas, mesmo em épocas remotas e sem contato algum com outras civilizações que já tinham o conceito de Deus, trazem isso dentro de suas histórias, cultura e etc.

Logo, em todos os amplos aspectos da humanidade a crença de Deus existiu e existe, fazendo assim pressupor-se que se trata de algo intrínseco ao ser. Mesmo que os não crente continuem a ter a necessidade de reafirmar na inexistência de uma inteligência superior, aqueles que se encaminham para religiosidade tem a percepção de que o Universo não poderia ser feito sem uma inteligência suprema. A ciência jamais descaracteriza ou invalida a crença de que Deus existe, apenas reforça a precisão absoluta desta Entidade que criou tudo com regras e leis que podem ser desveladas por nós.

Não é plausível conceber que tudo foi criado ao acaso, com a diversidade que existe em nosso planeta, quem sabe no restante do Universo.

Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse tão somente produto de um ensino, não seria universal e não existiria senão nos que houvessem podido receber esse ensino, conforme se dá com as noções científicas.

7. Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas?
“Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre uma causa primária.”

Atribuir a formação primária das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, porquanto essas propriedades são, também elas, um efeito que há de ter uma causa.

Tentamos de todas as formas explicar os fenômenos, e com o avanço da tecnologia estamos mesmo conseguindo tais explicações. O próprio Kardec reconheceu na ciência sua aliada, deixando a instrução de que se algo da ciência desmentir o que estava escrito nos livros que compõe a literatura básica do espiritismo, então que ficássemos com a ciência material e atualizássemos a codificação.

Mas isso é usado de forma deturpada pelos opositores do espiritismo de forma que algo que não pode ser explicado pela ciência da forma como está dita na literatura é logo descartada. Na verdade um cientista do século XIX ficaria estupefato com as novas idéias, conceitos e descobertas desse século XXI.

Um exemplo disto é ver a admiração de pessoas com idade avançada que se maravilham com as invenções atuais, com poder falar com quem quiser a distância ou mesmo enviar uma ‘carta’ para quilômetros de distância instantaneamente.

O átomo tem seu nome exprimindo a ideia de que é indivisível, a menor parte, e hoje sabemos que existem partículas subatômicas ainda menores. Ou seja, a ciência também se redefine e assim deve ser o espiritismo.

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