Todas as contas a resgatar pedem relação direta entre credores e devedores. É por isso que te vês, frequentemente, na Terra, diante daqueles a quem deves algo.
No lar ou nas linhas que o marginam, é fácil reconhecê-los, quando entregas desinteresse e dedicação, recolhendo aspereza e indiferença. Muitas vezes, trazem nomes queridos no recinto doméstico, e assemelham-se a impassíveis verdugos, apressando-te o coração nas grades do sofrimento.
Em muitos lances da estrada, são amigos a quem te dás, sem reserva, e que te arrastam a dificuldades de longo curso. Em várias ocasiões, são pessoas das quais enxugaste as lágrimas, situando-as na intimidade da própria vida, e que, de inesperado, te agridem a confiança com as pedras do desapreço.
Noutras circunstâncias, são companheiros de experiência que, de súbito, se transformam em adversários gratuitos de teu caminho, hostilizando-te, em toda parte.
Entretanto, se defrontado por semelhantes problemas, é indispensável te municies de amor e paciência, tolerância e serenidade, para desfazeres a trama da incompreensão.Guarda a consciência no dever lealmente cumprido e, haja o que houver, releva os golpes com que te firam, ofertando-lhes o melhor sentimento, a melhor ideia, a melhor palavra e a melhor atitude.
Água cristalina, pingando, gota a gota, converte o vaso de vinagre em vaso de água pura.
E, se depois de todos os teus gestos de fraternidade e benevolência, ainda te perseguem ou te injuriam, abençoa-os em prece e continua, adiante, fiel a ti mesmo, na certeza de que humildade, na hora da crise, é nota de quitação.
Emmanuel
por Francisco Cândico Xavier. Livro Justiça Divina – FEB