Texto originalmente publicado em Umbanda, Eu Curto!

Mediunidade é realmente um tema muito fascinante, mas também é bem delicado.

Os dons mediúnicos não vem atrelados a um manual de instruções, onde você saberá como usá-los e para que servem, muito pelo contrário. Apesar dos vários tratados existentes no mercado literário e também cursos em diversas instituições para o desenvolvimento pessoal, a única forma de realmente saber como lidar com a SUA mediunidade é através da prática.

É nesse momento que as coisas começam a ficar complicadas.

Primeiro, é a ansiedade pela manifestação mediúnica organizada, onde o neófito quer a curto prazo atingir o que os médiuns mais velhos já alcançaram. E, apesar da tentativa, da abertura, dos diversos exercícios, nenhuma entidade lhe toma o corpo, muitas vezes apenas o irradia. Então ele, algumas vezes até inconscientemente, começa a seguir o modelo dos médiuns mais velhos, principalmente do dirigente da egrégora em que se encontra.

O segundo desafio é entrar em contato e achar sua própria identidade mediúnica. Com a maioria dos médiuns hoje sendo portadores da mediunidade consciente (e infelizmente não consciência mediúnica) passam a sofrer da insegurança: Sou eu ou a Entidade?

Com o passar do tempo, temos o terceiro obstáculo: Vaidade.

É fácil você se deslumbrar e ser seduzido pelo poder, ao ver que através das suas forças espirituais muitos conseguem recuperar-se, raciocinar melhor, resolver diversos problemas e até mesmo ter suas condições físicas reabilitadas. É aí que começa o que em Terreiro se diz como: “O médium está passando à frente da entidade”.

Mas para as três dificuldades acima comentadas – e para diversas outras – a resposta é sempre a mesma: Estudo e Educação.

A entidade não pode manifestar simplesmente tudo que sabe se o aparelho dela for deficiente.

A reforma moral é o ponto básico e principal; sem isso, o médium sucumbe às hostes negativas e à sua própria negatividade.

E a reforma intelectual com sua progressão é importante também: quanto mais souber, melhor é, mais você poderá ajudar e, com certeza, suas entidades agradecerão. Espírito Guia não é mágico ou milagreiro; ele opera com as leis naturais, algumas que o homem ainda não conseguiu definir pela ciência, mas o mundo espiritual sabe muito bem como usar delas para trabalhar.

Não se esconda por detrás das entidades espirituais e procure melhorar-se sempre para você mesmo, principalmente para a prática da caridade.

Aceite o caminho, um passo depois do outro, para ter uma caminhada longa e sem desgastes.

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