Você chega até o terreiro e quer passar logo com o dirigente da casa, com a intenção de resolver seus problemas, afinal, se ele está na chefia de uma casa, possivelmente seus guias são mais fortes, tem mais firmeza e poderão te auxiliar da melhor forma.

Contudo, as senhas são chamadas e você não passa com o dirigente, até mesmo percebe que o dirigente só está atendendo um ou outro consulente quando muito, acredita que seja algo daquela gira em específico, passa com outra entidade e volta em nova oportunidade para tentar novamente passar com o dirigente.

Novamente, em outra gira, você vê que desta vez o dirigente nem sequer está atendendo ninguém. Choca-se, revolta-se e diz que provavelmente ele é um grande preguiçoso que não gosta de trabalhar. Aí você cometeu o seu grande erro de julgamento.

O dirigente espiritual não tem a premissa de atender a assistência da casa, ou seja, as pessoas que procuram auxílio espiritual. Nesta missiva estão destinados aqueles que são os médiuns de consulta, por isso o nome, que recebendo seus guias, conseguem passar conhecimento, fortaleza, tranquilidade e te encaminhar para o que você precisa.

Mas, você pode se perguntar: “O dirigente e os guias-chefes não poderiam fazer isso?”. A resposta é simples, poderiam, até melhor que um médium em formação, mas a missão dele não é essa.

A função do dirigente é sustentar a gira que está ocorrendo com o auxílio dos seus guias, ou seja, dos guias-chefes do terreiro. Enquanto a consulência vai passando com os guias, o dirigente e o guia-chefe se preocupam com os médiuns e os guias incorporados, cuidando para que a gira transcorra com segurança.

O dirigente, incorporado de seu guia, pode parecer não estar fazendo nada, mas ele é a fortaleza daquele agrupamento. Ele está ali, cuidando dos encarnados, dos desencarnados e de toda a energia da casa.

Ele está observante para as consultas, praticamente ouvindo a todas e interferindo nestas quando há necessidade.

O cargo de dirigente é além daquele de dar consultas, a ele estão encarregadas funções muito mais amplas como a abertura dos trabalhos, a saudação das forças do terreiro, a sustentação dos trabalhos, os descarregos necessários, as orientações que sempre ocorrem durante a gira e muitas outras atribuições.

Pode ser que para você isso não seja perceptível, até porque grande parte ocorre no plano astral. Contudo, pense… Existe sempre um porquê!

Tem pessoas que vão até o terreiro e se sentem magoadas e bravas por não serem atendidas pelos guias-chefes da casa. Isso denota que a confiança dela não é para com a espiritualidade, mas para com a hierarquia. Quanto mais títulos, mais forte? Teoricamente sim, mas não é isso que ocorre na prática.

Em uma gira, o dirigente – idealmente – pode dar consultas e ele o fará se sentir que não irá atrapalhar o restante do andamento da casa. Mas se ele não estiver fazendo, tem motivo…

Vocês podem não perceber, mas existem muitos espíritos desencarnados que procuram as giras de Umbanda para serem ajudados em suas necessidades, assim como os encarnados fazem.

O dirigente e os guias-chefes dão conta dessa turba de pessoas que estão em situações muitas vezes bem complexas. São espíritos errantes, em sofrimento que precisam de cuidados. Além dos espíritos que querem vir para perturbar a ordem do terreiro, o guia-chefe não carrega esse nome à toa, ele realmente é chefe de todos os espíritos que estão trabalhando numa casa espiritual.

Este guia-chefe que determina os Oguns para vigiar as porteiras, os Exus para combater os que estão em negatividade, as Iansãs para levar as almas etc.

Então, se você for a um terreiro e não for atendido pelo guia-chefe ou dirigente, não se sinta mal, compreenda que o trabalho dele é muito amplo e que nem sempre dá para atender as pessoas. Pelo seu trabalho é que todos os outros guias conseguem dar as consultas…

Respeite a hierarquia e saravá a Umbanda!


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