A Umbanda se faz com o pé no chão e isso não tem discussão, mas claro que não podemos renunciar ao trabalho nos bastidores da evolução intelectual. A aversão de algumas pessoas pela codificação espírita, em busca de uma pureza doutrinária inexistente, acaba trazendo grandes desserviços para a prática da espiritualidade de uma forma segura e objetiva.

Allan Kardec, postulador da doutrina dos Espíritos, não tinha como objetivo criar uma religião, mas sim de definir um sistema de estudos codificado que serviria como base e ponto de partida para maiores investigações. Seria muito antagônico a mente e espírito de uma pessoa iluminada acreditar que só uma vida (ou parte dela) seria o suficiente para descortinar todos os segredos do Universo.

Kardec nos dá grande base para o que precisamos estudar dentro de qualquer prática espiritualista, desde que estejamos dispostos a nos despir dos preconceitos e principalmente a olhar com um olhar investigativo e até mesmo científico.

Aceitar qualquer informação simplesmente porque ela foi codificada em um livro é repetir o mesmo erro que os Católicos e Protestantes vem cometendo há séculos e que acabou dando origem a estruturas como a doutrina Espírita e a prática de Umbanda.

Mas o que mais vemos hoje em dia são pessoas pegando livros de autores populares e considerando-os textos sagrados, no mesmo naipe de uma bíblia umbandista e dos textos espíritas como uma bíblia Kardecista.

Digo Kardecista pois o Espiritismo nunca foi isso e nunca será. Então é uma outra forma de entendimento da Doutrina deixada por Kardec que foi readaptada aos sabores de cada um, principalmente no Brasil. Vejo muito mais de Roustaing no Espiritismo brasileiro do que do próprio Kardec.

Leia nosso artigo sobre Roustaing.

O que devemos deixar claro é que a necessidade de se estudar é muito ampla e necessária, seja por meio de cursos, seja por meio de livros, seja por meio de qualquer tipo de atividade.

Hoje os terreiros estão divididos entre aqueles extremamente intelectualizados e aqueles que abandonam completamente esse tipo de atividade. Lembrando sempre de que o caminho do meio é o mais seguro e o mais equilibrado.

Então temos que dosar o trabalho intelectivo e de estudo, com a prática de terreiro. Claro que com a infinidade de ofertas que temos por aí sobre a Umbanda acabamos até mesmo nos sentindo sufocados e procuramos os cursos que tem mais visibilidade, outro erro igual o de associar os textos de autores que são encontrados facilmente nas livrarias a uma codificação.

O que eu recomendo a todos vocês é que realmente mergulhem nos cursos diversos e de diversos professores.

Eu mesmo, em meu propósito mais tradicionalista, procuro trazer informações contextualizadas nos meus estudos, vivências e práticas, isso é um esforço muito grande pois tenho que lidar com toda a dificuldade educacional – que é um dos grandes problemas brasileiros – com a dificuldade de não ter mídia para essa divulgação, contudo quando os meus cursos encontram as pessoas e essas se encontram em meus cursos, eu fico extremamente feliz com os feedbacks, que sempre terminam com a exclamação: “Por que eu não te conheci antes?”.

Claramente que não sou o único nessa jornada, mas sou um dos mais ativos, creio. Contudo temos diversos nomes que podem também trazer esse tipo de informação para vocês. Nomes que não estão no Mainstream e nem em divulgações pagas pela internet.

Mas mesmo esses, eu recomendo fazer cursos, para se criar um contraponto. Não adianta nos fecharmos em uma bolha e não olhar para fora dessa bolha.

Em uma conversa com o pessoal do Umbral (grupo de apoiadores do Papo na Encruza) sempre relatam a efetividade dos feitiços ensinados no curso Proteção e Limpeza de Ambientes e isso me traz enorme satisfação.

É um curso muito subestimado por sua simplicidade e sua prática. Mas é um curso extremamente potente no que ele se propõe que é identificar ações negativas em um ambiente causadas por espíritos ou energias negativas, limpar o ambiente dessas energias e espíritos e proteger o mesmo para que não mais ocorram.

Só que parece que o pessoal quer ver “sangue jorrando no pescoço da galinha” e se esquecem da simplicidade da magia de Umbanda e das práticas de magia popular.

Outro exemplo clássico é os cursos de linhas de Umbanda, que até a data presente do escrito constava com apenas duas linhas: Demanda e Águas.

Saiba mais sobre nossos cursos em www.perdidoead.com

Neste curso não só damos ferramentas teóricas, mas também muitas práticas. Não adianta dissociar uma da outra, primeiro precisamos criar um pavimento com a matéria teórica, tirando as ilusões e as amarras, para posteriormente dentro dos elementos daquela força ensinar suas magias e encantamentos.

Se a Umbanda tivesse que ficar restrita a poucos sábios, ela nem teria sido criada. A Umbanda foi criada com o propósito de ser livre e de trazer liberdade ao Espírito, seja ele encarnado ou desencarnado.

Nossas propostas de cursos e livros focam justamente nisso, na educação para gerar discernimento e o discernimento gera liberdade.

Acredito que se você deseja realmente se tornar livre – e isso não implica ser um revoltadinho da Internet mandando Deus se ferrar – você precisa começar a criar conteúdo baseados em discernimento.

Eu sigo uma orientação dada pelo Caboclo 7 Matas desde o meu ingresso na Umbanda: “Aprenda de tudo, ouça tudo, leia tudo, mas passe sempre tudo pela peneira do seu discernimento. Aquilo que lhe servir, guarde e use. Aquilo que não lhe servir, descarte”.

Além disso, pautado muito na palavra do mentor do meu ex-dirigente, sigo criando conteúdo para vocês: “Não adianta acumular conhecimento se você não compartilhar com quem precisa. Você tem missão e sua missão é espalhar conhecimento.”

Isso não quer dizer que eu seja melhor do que ninguém, mas que eu tenha certa facilidade com o ensino e que tenho que assumir esse papel para orientar e ajudar as pessoas, conforme a vida de Dirigente Espiritual nos pede sempre.

Então, um conselho que dou a você é que reflitam sobre o pensamento desses dois guias espirituais e abram-se para a liberdade que muitos de vocês tem medo de vivenciar. Mas lembrem-se: Responsabilidade é uma exigência da liberdade!

Muita informação a disposição para vocês em nossa Bibliografia Recomendada.


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