Este texto poderia muito bem ter um subtítulo “Um dia na Bienal 2018 como autor: uma outra visão”.

Quem acompanhou a saga para publicar o Conhecendo a Umbanda: Dentro do Terreiro sabe como é complicado colocar suas idéias no papel e depois fazer com que as pessoas comprem esse trabalho.

A ideia do livro surgiu mediante as muitas perguntas que o blog recebia pedindo indicações de livros sobre Umbanda, principalmente livros para iniciantes na doutrina e até mesmo leigos que gostariam de saber mais.

Como todos que estão dentro da Umbanda bem sabem, a Umbanda gera simpatia e antipatia na mesma proporção. Tem muita gente que não quer se tornar umbandista, mas que tem curiosidade sobre a religião de Umbanda e outras que querem entrar na Umbanda, mas não sabem por onde começar.

Porém, eu tinha extrema dificuldade em indicar livros para os leitores, que fossem isentos ou que ao menos falassem de uma forma um pouco mais clara e didática sobre o que era a prática de Umbanda realmente.

Então seguindo orientação dos próprios leitores comecei a rascunhar um manual, que acabou se tornando um livro. Esse livro recebeu o título de “Conhecendo a Umbanda: Dentro do Terreiro”, justamente por acreditar que a prática do terreiro tradicional e pé-no-chão é muito importante e pouco divulgada na literatura que temos.

Claro que o livro se esforça para ser isento, mas não o é! Aliás, creio que nenhum livro consegue ser isento, pois ele é um produto da mente de seu autor, por mais que esse tente ser apenas um catalogador, estará de uma forma ou outra influenciando naquilo que será produzido.

Com o texto pronto, começou a saga para encontrar como publicar o referido livro. Essa é a parte mais árdua de uma publicação, pois você sendo um autor desconhecido, apenas um blogueiro independente que não tem apoio das grandes mídias ou mesmo das mídias especializadas em Umbanda, é muito difícil de alguém ler um rascunho ou manuscrito. Tentei encaminhar para algumas editoras do segmento e nem posso falar que fui rejeitado pois nem sequer obtive uma resposta, então tomei coragem e falei, vou tentar lançar sozinho isso.

Claro que a questão financeira é um bloqueador. Não tinha como lançar o livro com tiragem fixa e nem sequer como distribuí-lo, então surgiu a ideia de fazer a autopublicação pelo Clube de Autores, o que foi muito benéfico, pois aprendi bastante no processo de criação do livro.

O mesmo foi recebido – mesmo vendendo poucos exemplares – muito bem pelos leitores e pela crítica e conseguiu me dar segurança para continuar escrevendo ou pensando em escrever novos livros, apesar de ser extenuante esse processo de pensar em revisão, diagramação do texto, diagramação da capa, submeter o livro para fazer provas e rezar para que desse certo.

Estava confortável com as unidades vendidas, pois nunca foi um trabalho para ganho pessoal, de fato toda a lucratividade que tenho com esse livro é revertido para o caixa da Casa de Caridade Nossa Senhora Aparecida, para ajudar nas obras de infraestrutura da casa. De certa forma eu estava contente com o andamento do livro, até receber um e-mail na caixa de entrada do Perdido vindo do editor da editora Nova Senda.

Aquilo me pegou de jeito! Pois ele estava me convidando para publicar o livro pelo seu selo editorial e confiando neste trabalho. Durante o projeto de revisão (pois a gente sempre tem o que melhorar) e também diagramação, tudo foi uma mistura de ansiedade e muita confiança de que o trabalho estava sendo executado na sua mais alta performance.

Tive muitos feedbacks positivos advindos tanto do editor, quanto das próprias revisoras e isso foi algo que me motivou muito. Elas me corrigiam com certeza, fizeram até ajustes no livro acrescentando certos fechamentos e achei isso demais, pois alguém estava realmente me ajudando a criar esse produto e finalizá-lo de uma forma ideal.

Quando peguei o primeiro exemplar na mão, fiquei muito surpreso pela qualidade do mesmo! Estava incrível! Mas a história ainda continuar…

O pessoal que nos ouve no Papo na Encruza e também os leitores do blog ficavam me perguntando se haveria sessão de autógrafos, se eu estaria na Bienal e outras coisas afins, então o Roe Mesquita deu a brilhante ideia dos ouvintes e leitores perguntarem diretamente para a Editora e a mesma entrou em contato comigo para agendar uma sessão de autógrafos e lançamento oficial do livro na Bienal do Livro 2018 em São Paulo.

Cara, é uma sensação bem interessante e confusa também, pois estando lá você é um autor. Desde o cadastramento como profissional do setor, com o livro em mãos contendo seu nome, até mesmo a entrada do evento por uma porta diferente, tudo é muito diferente do que sendo o leitor.

Eu sou um devorador de livros, amo ler! Justamente por isso eu sempre visitei a bienal em busca das obras que me agradavam e das novidades. Sempre tive aquele contato com os autores, achando eles diferentes de mim, inalcançáveis. Porém, com a experiência de 04 de agosto de 2018 eu consegui mudar totalmente a minha visão.

O Autor é uma pessoa acessível, com os mesmos sentimentos pelo livro que os próprios leitores. Enquanto um escreveu o mesmo colocando suas impressões e sua energia, o leitor despende a energia dele para consumir aquele livro e absorver o conhecimento, modificando o mesmo para que ele se transforme em conhecimento próprio.

Neste dia, cheguei um pouco mais cedo para andar pela bienal e passei no estande de livros espíritas e lá estavam três autores espíritas, dos quais o nome mais conhecido com certeza era da Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, autora-psicografa do “Violeta nas Janelas”, dentre outros tantos livros. Eu olhei ela solicita ao receber várias pessoas, tirando fotos e autografando os seus exemplares e pensei comigo mesmo que dentre instantes seria eu naquela posição. Bateu insegurança, claro! Pois quem sou eu na “fila do pão” dos escritores?

Só si que chegado o momento, em meio ao apoio de familiares, de amigos e do pessoal do Papo na Encruza, eu consegui sentar naquela cadeira, pegar aquela caneta e receber os exemplares em mãos enquanto trocava algumas palavras com quem passou no estande para nos ver ou para quem descobriu naquele momento. Tivemos alunos do Núcleo Sapienza, tivemos ouvintes do Papo na Encruza, tivemos leitores do blog, tivemos amigos e parceiros e principalmente tivemos o apoio da Editora e do Editor. Essa é uma experiência muito satisfatória!

Justamente por isso, escrevo esse texto, para agradecer demais a todos que lá estiveram para me prestigiar e prestigiar o trabalho do Perdido em Pensamentos e de toda essa equipe que me ajuda nos bastidores. Mas quero agradecer principalmente a minha esposa Dra. Luiza Campos (chamando ela de doutora, pois sei que ela odeia a prepotência do seu título de fato), por ter me ajudado desde a ideia inicial do livro e a até ir comprar roupas para me vestir de forma adequada (se dependesse de mim iria com a camisa do Corinthians), além de  estar lá o tempo todo do meu lado me apoiando.

Obrigado a todos e espero ter oportunidade de escrever novos livros para ajudar nessa jornada de conhecimento, pois eu também aprendo demais ao ensinar e isso é fantástico!

Como autografei para muitos: Paz, Luz e Saravá!


Você pode adquirir o seu exemplar do livro “Conhecendo a Umbanda: Dentro do Terreiro”, por meio do site da Editora Nova Senda e pela Amazon.

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