The book of genesis recounts the tale of the Watchers: the rebel angels who fell in love with human women. They had children who then had more children. Some believe witches to be among the results of this forbidden miscegenation. Angelic ancestry created special “witch blood,” which, even highly diluted, bestows magic power, metaphysical interests, and a rebellious, disobedient nature.

Judika Illes – Encyclopia of witchcraft

O livro do gênesis nos reconta a história dos Observadores: Anjos rebeldes que se apaixonaram por mulheres humanas. Tiveram filhos, que tiveram ainda mais filhos. Alguns acreditam que as bruxas são o resultado dessa união proibida. A ancestralidade angelical, criou um tipo especial de “sangue bruxo”, no qual, mesmo altamente diluído, possui o poder de magia, interesses metafísicos, e uma rebeldia e desobediência natural. (tradução livre).

Muito se fala sobre quem pode ou não fazer magia. Será que qualquer pessoa pode fazê-la ou apenas quem tem um determinado tipo especial poderia operar magicamente? Se formos levar a lenda dos Observadores ao pé-da-letra, só aqueles com sangue ancestral angélico é que poderiam de certa forma acessar a magia. Ainda nesse mesmo pensamento, são crias de anjos caídos, ou seja, os Nephelim. Estranho pensar que os Anjos Caídos são tidos como demônios, logo podemos associar realmente o porquê a bruxaria era tão confundida com o movimento demoníaco. Mas de fato, não há nada demais, pois os mesmos Observadores foram de grande ajuda para Noé, na construção da Arca, segundo a lenda bíblica. Eles foram comandados por Deus a ajudar o humano, logo, mesmo ainda como anjos caídos, servem ao Criador.

Essa história de sangue bruxo acaba sendo usada mais como uma desculpa para àqueles que não atingiram um nível de resultados satisfatório com suas magias e de outra forma, serve para “elitizar” ou criar um sistema de casta ou secto, separatista dos não-bruxos e dos bruxos. Ao meu ver ainda força certas pessoas a esperarem um chamado transcendental ou até mesmo um convite de alguém de fora – geralmente um iniciador, salvador ou guru – para o despertar de seus poderes latentes, que jaziam ocultos. Mas aí que fica a pergunta: “Quem iniciou o primeiro iniciador?”.

Provavelmente isso veio por meio de um sacramento sacerdotal verticalizado, ou seja, diretamente dos planos astrais e espirituais para o plano material. Em outras palavras, uma entidade espiritual ou divina, haveria de apadrinhar algum indivíduo e lhe despertar seus poderes latentes, assim dando também a ele a autonomia de criar uma inicialização sacerdotal horizontal, ou seja, do mais antigo ao mais novo.

Em sistemas mágicos como Chaos, Hoodoo, HexCraft, Umbanda, Benzimentos, etc, isso não faz o menor sentido. Se há contato direto com o outro lado, por que haveria de se precisar de um iniciador? A iniciação em muitos casos é usada apenas para criar o sentimento de pertença e manter certos conhecimentos velados da maioria. Porém, e aquele interessado realmente no aprendizado mágico? Não poderá ele se tornar um bruxo, feiticeiro ou mago só porque não tem acesso a uma egrégora dessas? Ou talvez ele não possua o tal sangue bruxo!?

O sangue bruxo para mim no caso é  realmente a capacidade e despertar que se dá quando a pessoa realmente procura estudar magia, se enfia em livros, em práticas e em trocas de informação. E acima de tudo, vê resultados em suas práticas. Simples assim. Como diria o controverso mago inglês Aleister Crowley:

“Todo homem e toda mulher é uma estrela”

Somos feitos das mesmas substâncias de todo o Universo, átomos que antes compuseram a poeira cósmica do inicio dos tempos, hoje compõe o meu corpo. Possuímos os quatro elementos alquímicos, em nossa composição material e energética: Fogo, Ar, Terra e Água. Somos o quinto elemento, o espírito que a tudo comanda: AKASHA. Então eu pergunto: Se temos tudo isso, por que diabos precisaria de um iniciador? Talvez, no mais eu precise de um instrutor para me apontar certas direções de onde focar em meus estudos, para facilitar meu aprendizado, mas não existe ser vivo nenhum que seja mais poderoso do eu mesmo, quando eu assumo isso e me conscientizo disto.

O motivo da representação dos elementos distribuídos dentro do pentagrama não é ao acaso. Mostra-se os elementos em oposição, os complementares e ainda o Espírito ou Akasha, acima de todos, dominando ou regendo os demais elementos. Isso seria uma representação de TODO o Universo, que é composto dos cinco elementos, sendo dominado pela vontade do observador.

Então, se todo ser humano possui essa vontade latente e tem capacidades inatas, porque devemos ser despertados por outros? Digo além, quando somos ainda chamados para ordens e dentro de nós, nossa chama não está desperta, não adianta, a operação mágica não será funcional. Podemos então inferir que Vontade, verdadeira vontade, é nada mais nada menos do que domínio da consciência e aceitar tanto as nossas luzes interiores, quanto nossas trevas mais profundas.

Aprenda magia, se dedicando. Não espere um salvador e nem um símbolo cósmico para dizer que você possuí ou não o sangue  bruxo. Todos nós possuímos a centelha do Criador e como ele também somos criadores de nossas próprias realidade, acessadas pela operação que conhecemos como Magia.

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