Em um dia de atendimentos em um terreiro, o baiano está manifestado dançando e bebendo água de coco de seu cuité.

Ao longe um médium da casa diz ao cambone que precisava falar com ele. O baiano pede para o mesmo se aproximar.

O médium da casa chegou para ele e disse:

– Pai meu tio está muito mal, tive dois infartos, está acamado, os médicos estão preocupados, minha tia não sabe o que fazer. Você tem que ajudá-lo!

O baiano respondeu:

– Não!

O médium ficou com cara de paçoca, sem entender e o Cambone também. O médium olhou de novo para ele e disse:

– Mas como assim NÃO?

– NÃO CABRA, Não vou ajudar. Não é não! – Respondeu o baiano com a cara fechada.

O médium insiste:
– Mas vocês tem que ajudar, é sua missão, seu trabalho, sua obrigação.

O baiano olha profundamente nos olhos do médium e responde sem economizar palavras:

– Primeiro que não me obrigam a nada, porquê tô morto mas mando na minha morte. Segundo que não vou ajudar quem não se ajuda. Já disse pro cabra pare de fumar, coma melhor, faça caminhada, ele fez? Não… Veio aqui quando chamei? Não… Fez o que foi pedido? Não… se ele pode dizer não eu também posso. Não vou ajudar…

O médium indignado diz:

– Mas ele vai morrer!

Melhor assim, eu também tô morto e tô bem… – Respondeu o baiano sem dar muita atenção mais para a conversa.

O médium se revoltou, após alguns trabalhos soube-se que o mesmo estava fazendo trabalhos particulares, afastou-se da casa e nunca mais ouviu-se falar do tal tio.

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