Esse segundo filme, não se trata exatamente de uma continuação do primeiro, mas um caso totalmente diferente vivenciado pelo casal Ed e Lorraine Warren. Para quem esteve sem internet ou qualquer outro meio de comunicação nos últimos 15 anos, esse casal é um dos mais famosos e bem-sucedidos exorcistas ou caça-fantasmas dos Estados Unidos.

Apesar da nomenclatura apelativa, realmente percebe-se muita intensidade nos seus feitos e nós que vemos as coisas por um viés mais espiritualista, conseguimos detectar várias questões mediúnicas e de obsessões.

Nos Estados Unidos não há uma cultura espírita, mas isso não implica em dizer que não existam manifestações ou estudo do sobrenatural. No país do Tio Sam geralmente essas coisas são atreladas a manifestações demoníacas e com alta carga católica, e nessa onda Hollywood se aproveita e lança filmes baseados nas vivências reais, mas bem mais caricatas e, com certeza, com intenção de entretenimento.

Se você não assistiu ainda Invocação do Mal 2 recomendo que pare de ler aqui e assista. Depois volte aqui.

Não vou contar aqui toda a sinopse do filme e nem tampouco fazer uma resenha sobre o mesmo, o que quero é apontar características do filme que são vivenciadas no meio espiritualista praticamente TODOS OS DIAS.

Logo no começo já vemos uma das personagens principais – Janet Hodgson – mexendo com uma tábua de Oija. Sua irmã mais velha, Margaret Hodgson pergunta a irmã se ela acredita naquilo e que a mesma diz que sim, que os espíritos respondem. Apesar de elas tentarem contato com os espíritos, nenhuma resposta é obtida, mas aqui já notamos algo, a Janet CRÊ! O que é o ponto principal para que algo ocorra, de certa forma muito parecido com o que vemos em outro filme, chamado Chave Mestra.

Quando a garotinha Janet Hodgson começa a vivenciar experiências sinistras, como perturbações noturnas, pesadelos e até mesmo acordar em outros lugares da residência sem ter a lembrança, começamos a notar que ela é sensitiva ou passiva para espíritos, podemos até destacar uma alta mediunidade de incorporação evidenciada aqui e também de efeitos físicos, pois os móveis e outros objetos são manipulados pela entidade chamada Bill (e que também fala através da garotinha, sem movimentar os lábios, como um efeito de audiência direta ou manifestação de som diretamente). Isso só é possível com um médium de efeitos físicos doando ectoplasma para o “fantasma”. Além disso, existem mais três crianças na casa, o que já seria basicamente uma “usina nuclear de ectoplasma”.

Também notamos a descrença da mãe em aceitar as coisas até ela ver com os próprios olhos e inclusive da polícia ao se depararem com uma cadeira andando, mas TUDO ISSO sempre na presença da garotinha, ou nas imediações. Em uma das partes do filme ela diz que só consegue dormir na escola, que lá ela não se sente perturbada. Claro, pois a entidade Bill está presa na casa, ou melhor, na área da casa e ao redor dela, não conseguindo exercer sua influência muito longe.   Mas é possível que se a possessão demorasse a ser desfeita a garotinha poderia ter o campo de ação bem maior, com o aprofundamento da obsessão.

Outro fato importante de notar é que o espírito a obriga a mentir e o faz para que ela seja desacreditada e que não obtenha ajuda. Isso é muito comum de ocorrer e geralmente essas entidades trevosas ameaçam as pessoas que amamos para que fiquemos com medo.  Por fim a Lorraine percebe que a entidade Bill estava sendo joguete de uma força demoníaca mais poderosa, um ser de muita maldade (considerado não humano no filme) que se apresenta como uma subversão da imagem de uma freira. Lorraine ainda cita que isso é uma forma de debochar da fé que ela possui.

Sabemos que os espíritos podem tomar as formas que melhor lhes convir, então aos trevosos ou demônios poderosos isso não é diferente. Contudo ao descobrirem com o que estão lidando, exemplificado no filme pelo poder do nome verdadeiro do demônio, eles obtêm poder sobre a entidade. Geralmente o nome é o que lhe define e por isso a simbologia de quem possuir o nome ter poderes sobre o mesmo.

Outro fato que destaco aqui é o que ocorre geralmente nas obsessões, onde espíritos negativos são USADOS por entidades mais negativas ainda e muito mais corrompidas para promoverem o mal. Com isso essas entidades mais negativas se mantêm ocultas e qualquer ação contra elas acaba se mostrando ineficiente, pois sai um espírito e entra outro na jogada, são peões nessa guerra.

Um nota é que essas ocorrências só começam se acharem uma brecha emocional ou um desequilíbrio moral, no caso a brecha foi o estado da família sendo abandonada pelo pai, não tendo dinheiro e passando dificuldades com a mãe a beira de um ataque dos nervos. Por isso é tão importante vigiarmos nossas emoções e paixões, tentando sempre elevar o pensamento para não cair em vibrações negativas.

Claro que isso é um filme, mesmo que seja baseado em fatos reais, com evidências, gravações e filmagens, ainda assim Hollywood deu uma exagerada. Mas também é um alerta, para que não sejamos tão cegos quando nos depararmos com situações parecidas com essas.  Devemos ter discernimento, mas agir em ambas as frentes: A científica e também a religiosa.

É um filme, que assim como o primeiro, vale a pena ser assistido.

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