Se há algo que não podemos negar é a chamada lei de retorno!

Podemos encontrá-las praticamente em todas as áreas do conhecimento humano, desde o acadêmico-físico até mesmo o religioso-filosófico.

Sir Isaac Newton afirma em sua terceira lei que:

“A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos.”¹

Na tábua de esmeraldas, encontramos Hermes Trismegisto dizendo em duas de suas leis:

“Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nenhum escapa à Lei” (Lei de Causa e Efeito)

“Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação” (Lei do Ritmo)

No espiritismo existe a lei de Causa e Efeito:

“Todas as nossas ações são submetidas às leis de Deus; não há nenhuma delas, por mais insignificante que nos pareçam, que não possa ser uma violação dessas leis. Se sofremos as conseqüências dessa violação, não nos devemos queixar senão de nós mesmos, que nos fazemos assim os artífices de nossa felicidade ou de nossa infelicidade futura.” Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Quarto, Capítulo II, item 964

E dentro do Hinduísmo e do Budismo também encontramos algo semelhante a que eles se referem como Karma.

Dentro da minha concepção e estudo eu me utilizo da seguinte história para ilustrar esse tipo de entendimento:

No princípio da Criação, somos feitos simples e ignorantes, livres de qualquer compromisso ou de qualquer culpa. Com o passar das existências, acabamos por sucumbir a nossas paixões inferiores e acumulamos o chamado KARMA. Pensemos assim, quando viemos para essa vida, escolhemos determinados OBJETIVOS que nos serão importantes para superarmos as nossas dificuldades e acelerar o nosso aprendizado, ou seja, a gente vêm com algumas lições a serem aprendidas. Contudo, quando encarnados acabamos por experimentar as fragilidades da matéria e seus inúmeros prazeres, alguns por covardia e outros por luxúria e cupidez, se esquecem das metas traçadas no pré-vida. Com isso acumulamos o Karma, que podemos representar como um placar, um número. Tínhamos um objetivo, não cumprimos ele, logo acumulamos um Karma (pontuação), então em nosso escore estava -100, agora tá -110 e assim por diante. Pior cenário, cometemos algo grave, um crime contra a Criação e as Leis de Deus: Assassinato, Roubo, Aborto, Suicídio e afins; logo acumulamos mais pontuações negativas acumulando nosso Karma. Mas se fazemos algo bom, algo legal, algo benéfico ou de acordo com a nossa programação de vida (que podemos a grosso modo chamar de DHARMA*), logo ganhamos alguns pontos e diminuímos o Karma, nosso pregresso placar -110 agora tá em -90, pois ganhamos 20 pontos.

O que podemos perceber com essa exposição é que devemos zerar o placar, nem sempre sendo vítima das nossas próprias negatividades. O que quero dizer é que não é porque assassinei alguém que devo nessa nova vida, ser assassinado pela minha vítima em vida anterior ou por outro algoz qualquer. Mas que tenho acúmulos negativos e que isso permite com que as energias negativas e as negativações (feitiços, macumbas e magias) acabem por encontrar morada dentro de nosso corpo espiritual, em outras palavras: A Macumba pega porque somos devedores!

O Vovô Francisco do Congo sempre conta uma história para os consulentes quando entra nesses assuntos, ele diz:

“Fio, quando nascemos trazemos uma trouxa com 12 pedrinhas. Eu gosto desse número, por isso é 12. A nossa missão aqui fio, é voltar pelo menos com as 12 pedrinhas, mesmo que a gente troque uma pedra por outra (objetivo). Se voltarmos pra Aruanda com 11 pedrinhas, melhor ainda. Fio, ocê vai errar… mas pelo menos erra com algo diferente, assim você não vai ter uma vida parada.” 

Termina sempre com uma gostosa gargalhada, batendo a mão em uma das pernas.

Infelizmente muitas pessoas se esquecem ou interpretam errado essas leis naturais, vemos muito isso quando interferimos no livre-arbítrio alheio, como nas amarrações por exemplo. Em alguns sistemas mágicos ou filosóficos, algumas pessoas mal-intencionadas querem ocultar essa faceta com a explicação de JUSTIFICATIVA. Existe um termo dentro do Hoodoo, por exemplo, que é exatamente isso: Não há certo e errado, apenas o que é justificado ou não. Se alguém me fez mal, posso fazê-lo. Se preciso de dinheiro, posso pegá-lo de alguém, etc. Porém, isso é discutível… Pois os verdadeiros feiticeiros hoodoístas sabem que existe uma lei de ação e reação e tomam extremo cuidado com o que fazem, outros são malignos por natureza e fazem o mal, mesmo sabendo que serão vitimados posteriormente, mas escolhem a satisfação momentânea e imediata, ao invés do sofrimento futuro.

Na nossa evolução, devemos ter em mente certas considerações. Isso não impede a gente de viver, mas coloca tudo claramente às limpas para que não possamos reclamar depois por nossas próprias escolhas. A Lei de Ação e Reação ou Lei de Karma é algo que não há como fugir, logo precisamos entender isso perfeitamente. Lembre-se que Jesus já nos alertou sobre isso, dizendo que aqueles que fogem do Pai acabam sendo lançados nas trevas exteriores, onde só há sofrimento, dores e ranger de dentes.


¹ “Actioni contrarieam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. “

* O Conceito Dharma e Karma original é bem diferente do aqui exposto, estou usando-os como ferramentas para ilustrar a explicação.

 

%d blogueiros gostam disto: