Há uma campanha sendo veiculada no Facebook contra o Aborto, onde mães postam fotos grávidas com um desafio a outras mães para fazerem o mesmo. Vi que esse tipo de assunto rendeu vários comentários e posições, algumas discordantes e outras no mínimo curiosas. Pessoas com total convicção de que o aborto deve ser proibido por lei, outras que deve ser permitido mas conscientizado sobre e algumas que acreditam que deve ser liberado. O que mais me choca nisso tudo, e aqui acabo correndo o risco de soar piegas, é a falta de preocupação sobre o processo espiritual por detrás desses atos.
Alerto aqueles que lerão esse texto de que é minha opinião pautada em raciocínio sobre as informações dos espíritos amigos e mentores e toda literatura espírita e espiritualista a qual tive acesso. Logo, a verdade absoluta não será encontrada aqui, mas apenas uma reflexão.
Vou contextualizar aqui um pouco sobre a visão espiritual em um ato de fecundação e possível aborto.
Na parte espiritual do planeta Terra existe aproximadamente o quíntuplo de espíritos desencarnados do que encontramos encarnados. Só aqui já começamos a pensar: “Quão difícil deve ser uma reencarnação!”. Os Espíritos ficam esperando suas oportunidades reencarnatórias para cumprirem com seus processos e dar cabo ao seu “karma”. Então só a chance de reencarnar já é recebida com muita alegria – acompanhada de preocupação, medo e inseguranças – devido a dificuldade de conseguir vir ao plano terreno.
A fecundação não ocorre a esmo, tudo no plano espiritual é bem planejado e hierarquizado. Logo, quando um espírito vai reencarnar, os futuros pais são desdobrados astralmente durante o repouso e levados para ter junto com os responsáveis dos planos reencarnatórios mais o futuro bebê. Nesta conversa tudo aquilo que concerne as dívidas e planos serão tratados e sempre será perguntado aos pais – em desdobramento – se aceitam tal fato. Não há como impor algo dessa magnitude sem desrespeitar o Livre-Arbítrio e como bem sabemos DEUS não descumpre suas próprias Leis.
Ao aceitarem tal fato, depois de várias e várias reuniões, o espírito do futuro bebê é preparado passando por processos energéticos para desestimular sua memória, bloqueando temporariamente seu passado. Além disso há um trabalho sobre seu perispírito para que o mesmo se adapte a nova forma que terá em vida. Durante todo esse processo, paralelamente, há o ato sexual e a união dos gametas masculinos e femininos. Assim que o mesmo processa a nidação o espírito é ali acoplado em um processo magnético-espiritual. Façamos a primeira interjeição aqui: “Se abortar antes da nidação, como tomar pílula do dia seguinte, então não caracteriza aborto?” – Sim, caracteriza. Apesar de não estar ainda acoplado “fisicamente”, o mesmo está comprometido e prometido. Logo você está interrompendo o processo “kármico” do reencarnate.
Outras questões levantadas são:
– Mas, a gravidez ocorreu ao acaso. Não foi planejada!
Nesse caso pode não ter sido planejada no plano material, mas no plano espiritual o foi e os pais estavam de acordo com o mesmo.
– Mas eu abortei espontaneamente! Sou uma “criminosa” aos olhos da espiritualidade?
Depende muito. Primeiramente ninguém é criminoso, mas devemos entender que tudo é regido pela lei de causa e efeito – ou ação e reação – e devemos analisar a fundo o fato ocorrido. Abortos espontâneos podem ocorrer tanto por parte de rejeição energética da mãe e do pai, quanto do próprio espírito reencarnante que, vacilante, sente medo de passar pelas provações e obras do plano material. Muitos acabam por refugar de última hora.
– E o caso de estupro!? Fui estuprada e estou grávida!!!!
O mesmo se processa. Nada é ao acaso. Apesar da nossa legislação terrena permitir abortos nesses casos devemos considerar que o planejamento espiritual foi feito. O Estupro é uma violência e vai contra as leia de causa e efeito, porém a fecundação não. O estuprador – destituído de qualquer opção – não escolheu engravidar a vítima, mas é um criminoso que deve pagar – tanto espiritualmente quanto materialmente – pelo seu crime. Porém, a mãe possivelmente sabia que esse tipo de possibilidade iria ocorrer na sua vida. É um assunto complexo e polêmico e só um estudo bem profundo sobre tal é possível de dirimir todas as dúvidas e questões (apesar de sempre abrir mais perguntas). E o propósito desse texto não é tratar sobre isso.
Então o aborto em si é uma espécie de negação do processo de redenção de um espírito que esperou muito tempo para retornar ao plano terreno e cumprir seus objetivos. O que podemos ver é o desdobramento disto caso uma lei desse espectro seja aprovada. A liberação do aborto não trará consequências maiores dos que as que já temos, mas isso só será feito com muita educação e conscientização. Porém sejamos honestos: Em nosso país temos pessoas – em sua maioria – conscientes e com informação suficiente sobre isso? Não!
Logo o que presenciaremos é um agravamento do processo “kármico” dessas mulheres que não querem que a lei chegue aos seus úteros (parafraseando uma campanha de um grupo de mulheres pró-aborto). Mas e que tal a lei divina entrando nas suas consciências?
Se houvesse a consciência sobre a vida, da forma como ela deveria ser, não teríamos casos de gravidez não desejadas e consequentemente não teríamos casos de abortos. Porém estamos muito distantes ainda de tal capacidade lógica. Mesmo os mais lógicos – alguns ateus racionalistas – não conseguem perceber a magnitude do impacto causado por uma legislação desta. O aborto deve ser direito de todos? Pode até ser que sim, desde que saibam todos que as Leis de Causa e Efeito entrarão em curso e que para cada ação há sempre uma reação. É difícil para o ateu ou leigo compreender isso pois o mesmo refuta a existência de leis divinas e sua moral – apesar de não ser maligna – é muitas vezes confusa.
Para terminar esse texto deixo abaixo as perguntas contidas no Livro dos Espíritos sobre o aborto:
357. Que conseqüências tem para o Espírito o aborto?
É uma existência nulificada e que ele terá de recomeçar.
358. Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.
359. Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda?
Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.
360. Será racional ter-se para com um feto as mesmas atenções que se dispensam ao corpo de uma criança que viveu algum tempo?
Vede em tudo isso a vontade e a obra de Deus. Não trateis, pois, desatenciosamente, coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da criação, algumas vezes incompletas por vontade do Criador? Tudo ocorre segundo os seus desígnios e ninguém é chamado para ser juiz.
Material extra: Apostila de um grupo de Estudos do qual fiz parte há muitos anos com o tema aborto: Apostila 04x