Na Umbanda é muito comum utilizar-se de banhos de ervas para os mais diversos fins, descarregos, propiciatórios, protetivos, entre outros. E o banho mais comum que encontramos sendo aconselhado nos terreiros é o de Arruda, Alecrim e Guiné, as vezes com algumas variações, adicionando-se rosas brancas e mais uma ou outra erva, mas seguindo sempre essa estrutura básica. Vamos abordar essas ervas e tentar montar um estudo sobre o poder de ação desse banho tão popular.
ALECRIM
ARRUDA
No uso ritualístico tem um alto poder de limpeza, e é empregada em banhos e defumações. Tem em sua frequência energética as funções purificadoras e consumidoras. Sua vibração provém dos Orixás Xangô e Egunitá (Oro-Iná).
GUINÉ
“A Guiné ou Rabo de Gambá (Petiveria tetrandra) é um arbusto ou subarbusto de cerca de meio a um metro de altura, de ramos angulosos, sulcados-estriados, pubescentes ou quase glabros, subflexuosos, dilatados nos nós.” – Wikipédia
Erva mais que popular dentro dos cultos religiosos. Segundo Adriano Camargo: “Uma erva tão importante para o uso religioso que, na Umbanda, muitas falanges se formam usando seu nome como base, como caboclo guiné, preto velho pai guiné, etc. E aparece em centenas de pontos cantados na Umbanda e linhos entoados no Catimbó.”
Tem ação cortante, podendo dizer que tem até uma natureza metálica em sua assinatura energética. Por isso é tão temida pelas hostes do baixo astral. Tem uma ação profunda, cortando negativismos de locais e também de espíritos com emocional desequilibrado. É indicada para limpezas pesadas, para cortar demandas e negativismos, para cortar cordões energéticos negativos (usando como bate-folhas), para quebrar cascões energéticos, liberar infestações parasitárias astrais, perfurar as muralhas energéticas densas e também curar desequilíbrios. Ritualisticamente é empregada em banhos, bate-folhas, defumações e também usada em forma de pó para benzimentos e descarregos. Um bom uso da guiné é em escalda-pés, para aqueles dias difíceis onde parece que tudo acumulou sobre você. Tem a regência vibratória de Oxóssi e Ogum.
Por ser tóxica em altas doses é recomendado apenas seu uso de forma externa. Em altas doses, caso ingerido, pode provocar hemorragias e abortos, até podendo segundo alguns causar loucura por uso contínuo.
É também recomendada, pela medicina popular, contra picada de insetos e sarna. Neste caso coloca-se as folhas e galhos imersos em álcool, e deixe repousar por no mínimo 15 dias. Depois, caso ocorra alguma picada, passar o álcool c/ ervas em cima da picada ou no foco da sarna.
Vamos agora entender a natureza desse banho com as ervas combinadas, seguindo a metodologia explicada pelo Erveiro, onde existem Ervas Quentes, Ervas Mornas e Frias ou ainda Agressivas, Equilibradoras e Específicas.
Segundo esses estudos sabemos que em um banho de natureza de descarrego e limpeza, que seja de uso habitual, devemos colocar ao menos uma erva equilibradora ou morna, para quebrar um pouco a característica totalmente agressiva das outras ervas. Neste banho, é comum ser receitado para limpeza energética e para criar um campo de proteção em volta da pessoa. Então temos duas ervas Quentes ou Agressivas: Arruda e Guiné; e uma erva equilibradora: Alecrim.
A arruda entraria como um limpador, queimando e consumindo todas as cargas energéticas densas em volta do duplo da pessoa, pois pela sua natureza vibratória próxima da aura humana, é mais fácil de ‘entrar’ na mesma, retirando esses acúmulos negativos. A guiné viria em seguida, com seu efeito cortador, removendo todos os cordões energéticos negativos, e também retirando aquilo que a arruda não conseguiu atingir. A guiné também trabalha com sua propriedade curadora, ‘tapando’ os buracos deixados no duplo e nos corpos energéticos. E o alecrim vem para dar equilíbrio e harmonia a toda essa mistura e também como um energizador, já que a limpeza foi profunda.
Vejam só toda a ação que se tem com apenas três ervas simples que podem ser plantadas em vasinhos e deixadas em qualquer local, seja apartamento ou casa.
Fonte de Pesquisa: Rituais com Ervas – Banhos, Defumações e Benzimentos – Adriano Camargo; Editora Livre Expressão. Compre o livro, vale todo o investimento.