O termo feitiçaria ou feitiço é sempre usado com uma conotação negativa pela maior parte dos “higienistas” da macumba. Muitos criam um ranço por essa palavra, tentando dar a ela um sinônimo de algo ruim.

Se uma magia visa a cura, o propósito de elevação e proteção, ela é vista como magia. Se ela causa o “mal”, é uma magia de defesa, é uma magia de ataque, é uma magia amorosa, é uma magia para ganhos, ela é vista como um feitiço.

Existem pessoas que até associam esse tipo de prática com pessoas desqualificadas, ignorantes, simplórias, atrasadas, etc. Isso se chama PRECONCEITO.

Sim, pois a feitiçaria nada mais é do que a prática da magia pelas pessoas simples, sem lastro educacional formal e que em nossa sociedade tem grande parte de representantes nas camadas da sociedade mais abertas a fragilidade social. São os pobres, os marginalizados das sociedades, os negros, os feiticeiros!

Vejam como esse discurso nos leva a colocar a palavra Feitiçaria pareada com o termo “Magia Negra” que em si também carrega um grande rótulo racista.

Vendo por aí pessoas querendo desclassificar o trabalho de entidades espirituais que atuam com o que eles chamam de “baixa magia” sem nem entender o que esse termo significa, só mostra a desonestidade intelectual desta pessoa.

Fazendo um discurso para massas ignorantes (de saber) e sem senso crítico, acabam fazendo-os crer que estão amparados por um messias moderno da macumba. Ledo engano!

Estão é vilipendiando o contexto total da macumba e dos movimentos da macumba como movimentos de resistência contra todo tipo de tirania, seja ela de caráter secular, seja ela de caráter religioso.

Lembre-se que DEUS, seja ele em que dimensão, só quer a felicidade de todos, porém o caminho disto se dá por meio da associação direta das suas próprias experiências e faculdades. Desta forma, devemos analisar o contexto de DEIDADE para conseguir compreender melhor sobre essas questões.

Todas as religiões ocidentais estão, por demasiado, influenciadas pela visão cristã pós-reforma, o que nos traz tanto dentro das castas protestantes, evangélicas, pentecostais e católicas, a deturpação clássica dos textos e da filosofia dos doutores da igreja primitiva.

Da mesma forma, esse pensamento se estabelece no imaginário popular e coletivamente é passado para as práticas como espiritismo brasileiro (pois, o espiritismo original é outra coisa, ainda impregnado da filosofia cristã, mas com um propósito diferente), da Umbanda, de algumas Quimbandas, do Candomblé, dos Catimbós, etc.

Deus, dentro da visão cristão é uma entidade ONIPOTENTE, ONIPRESENTE E ONISCIENTE.

Essas três palavras deveriam guiar todo e qualquer discurso sobre as questões de Deus punir ou não seus “filhos”.

Partindo do pressuposto de que ele é ONIPOTENTE, ele pode tudo. Desta forma, ele poderia COIBIR qualquer ato maléfico com um só pensamento ou vontade. Partindo do pressuposto da sua ONISCIÊNCIA, temos também aqui a questão básica de saber que ele TUDO SABE, desta forma ele sabe o que eu ainda não sou e o que eu virei a ser, desta forma ele também saberia os meus atos errados, os meus atos “pecaminosos” e meus atos de vingança.

Agora analisando a sua ONIPRESENÇA, a coisa fica ainda mais interessante, pois ele está em TODO lugar o TEMPO todo. Não existe presente, passado e futuro para Deus, tudo é uma só coisa e ele está em todo lugar.

Desta forma, sabendo tudo que faremos e que o pressuposto é que TODOS nos tornemos espíritos perfeitos com o passar das eras, Deus estando tanto no passado quanto no futuro ao mesmo tempo e sabendo dos nossos deslizes e das nossas vitórias, podemos AFIRMAR que no futuro (seja lá quando for) nós todos seremos PERFEITOS e estaremos unidos ao CRIADOR.

Então porque ele iria se preocupar com uma atitude “errada” no momento atual, se o tempo para ele nada significa?

Outra coisa que as pessoas devem pensar é no seguinte: “DEUS É INEFÁVEL”, ou seja, inalcançável, inatingível. Eu diria que ele não está nem aí para nós, pois ele sabe que no futuro, deixando as coisas rolarem, todos nós estaremos na perfeição junto dEle.

Curioso pensar assim né? Isso justifica magia de cunho negativo? Não, mas explica o porquê ela existe e o porquê ela funciona.

Mas, será que tudo aquilo que foge do meu padrão “ético” e “moral” é realmente negativo, maléfico? Claro que não!

Nós julgamos baseados na nossa formação e em nossos preconceitos.

Então quando um “líder” diz que determinada entidade (que tem todo um respaldo histórico) faz trabalhos X e Y que são “feitiços” e que isso se aplica a você ser “fraco espiritualmente” para se tornar vítima, ele na verdade está cometendo um “assassínio” sobre uma tradição, sobre uma história, sobre a justificativa e motivação e criando uma casta inferior que deve ser levada a iluminação pelos sábios, como ele.

Ora, aonde vimos isso já? Inquisição, Catequização indígena, Cruzadas, Invasão do Iraque, Invasão do Afeganistão, Invasão do Vietnã, Nazismo, Fascismo, etc.

Desqualificar algo e imputar uma carga vexatória ou depreciativa é uma forma de ataque, mas ainda mais, é uma forma de dominação. Assim, os cordeiros continuam cordeiros e os lobos se esbaldam em farta refeição.

Eu me assumo feiticeiro, pois feitiçaria dá resultado e traz independência. E você?


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