O questionamento sobre Orixás sempre se dá quando a gente diz que não cultuamos Orixás na Umbanda, como visto no nosso Pensamentos 77.

Contudo, o que a gente tem que entender é que a ideia e e entendimento sobre Orixás na Umbanda é bem diverso do culto de nação e do Candomblé, porém isso não implica em não dizer que essas forças não atuam na Umbanda, apenas não são deificados ou individualizados.

Da mesma forma acabam sempre ressaltando que faltam muitos Orixás tais como: Oxumaré, Logun Ede, Obá e alguns outros mais desconhecidos como Enrilé, Aganju, Iku, Iroko, etc.

Claramente a gente tem que compreender que não há linha para tudo isso de Orixá, contudo cada um desses Orixás representam domínios dentro da natureza universal que acabam sendo encontrados dentro das Sete Linhas de Umbanda, muitas vezes não trabalhados nominalmente, mas evocados conforme o respeito a hierarquia de Umbanda em Falanges e Legiões.

Sabemos que dentro da Linha de Oxalá encontramos o Orixá Obaluayê / Omulu, dentro da minha tradição eu acabo sempre me referindo a ele como Omulu.

Omulu é o senhor da doença e da terra, acaba sendo a sua versão mais velha, com isso mais sábia e madura. Ele está sob a égide de Oxalá! Um orixá ancestral e o mais importante dos Orixás (sim, tem gente que se esquece de Oxalá na Umbanda…).

Visão da localização das demais forças (Orixás Menores) dentro da estrutura das Sete Linhas Clássicas. Clique na imagem para baixar em PDF a estrutura e os domínios desses Orixás.

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E dentro da tradição ainda de Umbanda que sigo o Orixá Tempo e Iroko estão também aí, em algum lugar dessa linha de fé. Aonde precisamente? Não faço ideia. Mas também lá estão todos os demais Orixás Fun Fun (do branco), tais como: Obatalá, Orunmilá, Oxaguian, Oxalufan, Ododua, etc.

Encontramos também dentro das linhas de Oxalá sob o domínio de Omulu e cruzado com as forças de Nanã o Orixá Iku, o Orixá da Morte.

Na linha de Ogum encontramos Enrilé, apesar deste ser um caçador e poder ser considerado um dos muitos Odés, ele está ligado muito a saúde física e a força física, um dos atributos de Ogum. Aqui também encontramos o Orixá Oko, que é o Oxirá da Agricultura.

Na linha de Oxóssi podemos encontrar Ossaim (Ossanha) e também os demais Odés (Orixás Caçadores), além do próprio Logun Edé¹, filho de Oxóssi e Oxum.

Na linha de Xangô encontramos Aganju, que no Brasil é muito confundido como uma qualidade do próprio rei de Oyó. Neste caso Aganju tem o domínio sobre os vulcões e os terremotos! Enquanto Xangô é o fogo celestial, Aganju é o fogo terreno.

Na Linha de Iemanjá encontramos as clássicas Oxum, Nanã Burukê e Olokun.

Quando adentramos o entendimento de Nanã Burukê, podemos encontrar: Oxumaré, Ewá e Obá. Sendo Oxumaré e Ewá filhos de Nanã, não é de se estranhar, mas e Obá? Bom Obá também tem domínios sobre as águas lodosas, cheias de terra, provavéis enchentes e afins. Então terras com barro (energia da água e da terra misturadas em revolta) são dadas a essa Orixá Guerreira.

Conseguem ver como as coisas são muito mais profundas? A gente explica a superfície e depois a devemos nos aprofundar.

Contudo a maior parte das pessoas se fixa apenas no ensinamento dado superficialmente, também conhecido como conhecimento Exotérico (com X mesmo) e poucos se detém no conhecimento Esotérico (com S) que é fechado a entendedores e merecedores.

Isso se dá também pois muitos não possuem esse conhecimento ou não se colocam na posição de pesquisa e raciocínio para tomarem suas próprias concepções sobre as práticas que vivenciam nos terreiros.

Quando pela observação começamos a aprender e posteriormente refletir geramos sabedoria. Isso só aumenta cada vez mais nossa gama de informações.

Para complementar ainda mais essas informações, também disponibilizamos um vídeo sobre o assunto em nosso canal do YouTube.

Está é a visão do autor desse blog e da tradição que segue em sua casa. Se você não compreende a Umbanda dessa forma, tudo bem! Até porque existem diversas umbandas…

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1 Logun Edé geralmente é filho de Oxum, mas o pai seria Enrilé e não Oxóssi.

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