“O tarô é de fato uma máquina filosófica, que evita que a mente divague, mantendo, ao mesmo tempo, toda a sua iniciativa e liberdade. São as matemáticas aplicadas ao Absoluto. São as alianças do positivo e do ideal. É uma loteria de pensamentos tão exata quanto os números. Talvez estejamos diante da maior e mais simples criação do gênio humano em todos os tempos.” – Eliphas Levi.
Se o tarô é uma ferramenta tão influente como ocultistas, esotéricos e estudiosos famosos dizem, o que é necessário para interpretá-lo e utilizá-lo como um instrumento poderoso?
O objetivo deste texto é responder à pergunta primordial que muitas pessoas, desejosas de iniciar o estudo dos oráculos, me dirigem principalmente quando despertam o interesse pelas cartas do tarô. E a pergunta é sempre a mesma: Afinal, o que eu preciso para ler tarô?
Dons Especiais?
O estudo do tarô não requer a presença de algum dom mediúnico como clariaudiência, clarividência, incorporação, telepatia etc. Muitos ocultistas e espiritualistas acreditam que todos somos médiuns, e, portanto, dotados de alguma capacidade mediúnica, porém não considero este um fator limitador na atividade de interpretação das cartas.
O que observo, ao longo dos anos, é que o estudo do tarô pode auxiliar a despertar e aflorar a mediunidade ou espiritualidade de acordo com a necessidade e propósito de cada um. Noto claramente que o contato com o tarô auxilia ao intérprete no aprimoramento de sua percepção, ou seja, aguça a intuição e sensibilidade para que possa ter uma leitura mais assertiva e sensível às necessidades do consulente.
“… o estudo do tarô estimula, ao longo do tempo, a capacitação mediúnica e a sensibilidade espiritual! Por outro lado, ler as cartas somente com intuição pode ocorrer em sérios equívocos; afinal nem sempre se está apto para discernir a mensagem espiritual do próprio estado psíquico.” – Nei Naiff
Ou seja, somente a intuição não basta para o trabalho efetivo com as cartas do tarô ou com outro oráculo desta natureza (estamos nos referindo aos oráculos em papel). O caminho recomendado é aliar intuição, estudo e prática e aí está o ponto crucial para um bom intérprete. O que devo estudar? Por onde começar? Que caminhos devo seguir?
Estudo, Estudo e Estudo.
Para melhor compreender os simbolismos contidos nas cartas é preciso estudo e de acordo com tarólogo e escritor Nei Naiff comprar livros e armazená-los na estante, copiar dezenas de páginas na web ou guardá-las num pendrive não vai lhe ajudar a ler tarô. A internet e os grupos de bate-papo nas redes sociais (WhatsApp, Facebook) estão recheados de pessoas que “querem ensinar o que não sabem e terminam em uma discussão absurdamente inútil” (Tarô vida e destino, p.73).
Importante destacar que cada um ensina o que aprende e a partir de referências particulares e de sua própria perspectiva. Sendo assim, quando leio um texto ou aprendo com alguém que pouco conhece do oráculo, seja por um conhecimento raso ou pouca experiência, estarei susceptível a enganos e superficialidades.
Alguém só consegue transmitir conhecimento quando ele está internalizado em si, ou seja, posto em prática por algum tempo, submetido a situações adversas. Poderia um indivíduo, que mal acabou de tirar carta de motorista, ensinar um outro a dirigir? Muito provavelmente essa não seria uma boa experiência e certamente haveriam adversidades e atropelos, literalmente.
Então, se você quer conhecer o tarô, leia livros de pessoas que se dedicaram em profundidade nos estudos, lendo não somente sobre as cartas, mas também sobre História, Artes, Psicologia e outras áreas do conhecimento que possam somar na compreensão deste oráculo. Um bom discípulo é guiado por um bom mestre. Tenha então pessoas de referência no mercado, não pela fama sem procedência, mas por serem profissionais com uma jornada de atividade que o tenha permitido adquirir experiência prática e teórica com o oráculo.
A Prática
Não há conquista sem dedicação, não há mágica no caminho com o tarô, mas certamente exigirá disciplina, concentração, estudo e prática da parte do intérprete. Muitos alunos que iniciam os estudos, logo em suas primeiras tirada ficam espantados em notar como o tarô responde assertivamente a questões complexas aconselhando e auxiliando na busca de soluções. Lembre-se que as respostas estão sempre ali, o tarô apenas trará à tona o que parecia oculto, então torna-se fundamental seu estudo e sensibilidade para captar as mensagens.
Então, nos estudos dos oráculos, intuição e sensibilidade complementam estudos e dedicação. Quanto mais eu conhecer de astrologia, cabala, numerologia, florais, energias, psicologia, história, artes etc., mais ferramentas eu terei para compreender o tarô, utilizando esse conhecimento de maneira orientativa para mim e para o consulente na prática.
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