Ao pé do Baiano, chega uma jovem com sorriso no rosto a disfarçar a tristeza que carregava consigo. Assim que o baiano vê seu sorriso ele pede uma vela de cor amarela. Sendo nova de idade, a moça relata o que ocorre em seu núcleo familiar, o que o baiano prontamente ouve.
As lágrimas não demoram a cair, enquanto a conversa se desenrola e obaiano questiona a seus dois cambones:
– Para que serve essa vela amarela?
A consulente responde que acredita que é para concentração, pois seu professor no cursinho usava o amarelo para estimular a concentração nos estudos de seus alunos.
A Cambone (mais madura) diz que acredita ser relacionado a prosperidade material. Visto que parte da conversa da jovem, se dava pela dificuldade financeira da família.
O Cambone (homem em meia idade) diz que acredita que é vela de Iansã, que simboliza o vento, para afastar as coisas ruins da vida dela.
O baiano ri e exclama:
– O Grande Problema de vocês é que vocês procuram apenas UMA resposta certa. Essa vela aqui nessa casa simboliza Nanã Burukê, mas como a vela é minha, ela tem que significar algo para mim. Para mim é Iansã! Mas eu vou dizer mais, ela também é para concentração, para prosperidade e para afastar algo ruim.
Os três olham ele confusos.
– A cor de vela não é uma restrição, mas uma condição. Se ela significa algo para mim, assim ela vai agir, porque sou eu quem dou poder a ela. Então para mim ela é uma forma de direcionar essa cabrita para o caminho que ela precisa estar, mesmo que for empurrando. Mas para isso será necessário o vento para ir pra frente, de forma direcionada; será necessária a concentração nos objetivos e nas atividades e também atrairá a prosperidade que ela precisa.
Rindo alto e bebendo goles de água de seu cuité, ele completa:
– Quando vocês pararem de procurar no externo algo que tá dentro de vocês. Aí sim vocês vão ser felizes! Até lá eu continuo vindo aqui rir da cara de vocês!
Saravá!