E a história se repete, entra-se no terreiro, através da dor ou através do amor aos Orixás, e tudo é lindo, tudo encanta, desde os pontos até a defumação, e quando chamam os guias para trabalhar. O consulente vive aquela ansiedade para ser chamado para dentro do Congá, onde poderá vestir o branco e trabalhar. Ele já se imagina preparando o Pejí, a defumação, servindo de cambone e também começando a manifestar os guias até enfim dar consultas. Paremos por aqui.
Isso tudo que descrevi acima é real, acontece todos os dias em todos os terreiros, porém onde fica a reforma íntima? Não adianta chegar até o terreiro e simplesmente pensar em doar o corpo para ser instrumento da espiritualidade. Existe um propósito em toda religião e ele é a evolução do ser humano, tanto moral quanto espiritualmente.
É comum entrar no terreiro e se fascinar pela magia praticada lá, mas esquece-se da evangelização. É onde se começa a fazer fofocas, criar intrigas, desconfiar do pai ou mãe de santo, achar os erros da casa, começar a comparar um e outro local. Isso tudo é muito humano, com absoluta certeza, mas está longe das práticas evangélicas ensinadas pelos espíritos que se manifestam nas linhas de Umbanda.
Discernimento é importante e devemos usar se há algo de errado no terreiro, mas é necessário conversar com o dirigente e se aquilo não for resolvido ou você se sentir desconfortável, o correto é procurar outro local para trabalhar. Não existem terreiros perfeitos e nem dirigentes. Mas não é só se preocupar em corrigir o que está no exterior, pois a Umbanda, ou toda religião, chama a gente para uma reflexão profunda e uma mudança de paradigma. É necessário e urgente o despertar.
Esqueça as intrigas e invejas, esqueça a maldade e a língua mordaz, foque-se no trabalho que está praticando e no aprendizado passado pelos guias e mentores.
A primeira coisa que devemos fazer é nos melhorarmos, estude, leia, faça cursos, vivencie. Tudo isso irá aumentar a sua carga de conhecimento, porém a sabedoria, essa vem do fundo do coração. É necessário aprender a perdoar, a relevar, a ser resignado e humilde.
Pense nisso.