Em um dos grupos de debate que participo surgiu a dúvida sobre a cor das velas dos Orixás, pois há muita confusão dependendo de casa para casa. Isso abriu uma reflexão para mim, onde percebi que no começo de minha jornada mediúnica também sentia o mesmo impeto de saber as cores, e ficava preocupado porque um guia sugeria uma cor que era, mesmo sem conhecimento teórico de outras fontes, diferente do que a casa em que frequento trabalho.

Isso eu tenho que assumir que tirou meu sono por algum tempo, ficava preocupado em estar fazendo algo errado, foi quando tive contato com o texto que reproduzo abaixo do sacerdote Rubens Saraceni. Nele, além de achar conformidade com as cores que os guias indicavam, também vi que isso não representava muita coisa, pois dependia muito da situação específica em si. No campo religioso, essa mudança de convenção era habitual e mesmo sendo diferente do padrão adotado era funcional. Tudo se resume ao poder da egrégora e da determinação dada.

Já no campo da magia é outra história que não vêm ao caso agora. Porém, foi um divisor de águas. Então aprendi que no aspecto religioso não importa acender uma vela Azul-Escuro, Amarela, Dourada ou Rosa para Oxum, pois nesse sentido ela irá receber. E outro desdobramento desta reflexão é de que nos importamos demais com a minucia da situação, dos procedimentos, e não tanto com o resultado. Importa alguma coisa acender uma vela branca para Oxóssi se o seu pedido for atendido da mesma forma? Reflexão aberta ainda de minha parte.

As Cores dos Orixás

POR RUBENS SARACENI

Comentar sobre as cores do Ori­xás é o mesmo que tentar equili­brar-se e manter-se ereto na cris­ta de uma onda ou parar todos os movimentos no meio de um ciclone, pois nenhum Orixá tem uma única cor.

Isto tudo é apenas fruto da tentativa de individualizar o geral e generalizar o individual.

Como dar cor a uma energia?

Desde Oxalá, no extremo positivo, até Omolu, no extremo negativo, todos trazem em si tantas cores que, por não serem visíveis aos olhos humanos e serem ainda desconhecidas, é-nos impossível comentá-las.

Afinal todo Orixá é um mistério em si mesmo, e, por ser um mistério, por sua própria essência divina, assume a cor que lhe atribuem, além de todas as outras, pois um mistério é a Manifestação Divina do Divino Criador, tornada visível aos olhos humanos, os quais, por mais que estudem, jamais serão capazes de penetrar no interior de um mistério para desvendá-lo.

Em verdade, um Orixá irradia todas as cores, pois irradia em todas as sete faixas ou padrões vibratórios, e cada tipo de vibração, ao graduar a velocidade do giro, pode ser para mais ou para menos, dá uma cor a cada um dos elementos irradiados na forma de energias.

Por isso, uns dizem que Ogum é azul e outros dizem que é vermelho. Ou uns dizem que Xangô é vermelho e outros dizem que é marrom.

Os Oguns individualizados assumem a cor vermelha, na Umbanda, porque o próprio astral aceitou essa classificação que fixaria a sua identificação e facilitaria seu entendimento. E o mesmo ocorreu com o marrom de Xangô.

Mas nós sabemos que as cores dos Oguns variam de acordo com a faixa vibratória em que atuam. E o mesmo acontece com todos os Orixás, pois temos Iansãs que irradiam a cor ama­rela, a cor vermelha, a cor azul, a cor cobre, a cor dourada, etc.

Logo, discutir a cor dos Orixás é um assunto ainda desconhecido no plano material. O comprimento de onda ou a velocidade da irradiação é que determina se uma energia irradiada é azul, verde ou vermelha. E o comprimento de onda ou velocidade obedece ao tipo de elemento e ao padrão vibratório da faixa por onde ele está sendo irradiado.

No padrão vibratório cristalino, as cores das energias praticamente desaparecem. No padrão vibratório telúrico, elas assumem tonalidades tão densas, que temos a impressão de poder pegá-las com as mãos.

Além do mais, dentro de uma mesma faixa vibratória, temos os subníveis vibratórios. E aí a coisa complica ainda mais, porque nos subníveis mais eleva­dos, as cores se sutilizam, e, nos mais baixos, elas se densificam.

Mas todos os Orixás são Mistérios Divinos e aceitam, sem discussões as cores que já lhe atribuíram ou haverão de atribuir-lhes, pois, como Mistérios, trazem em si todas as cores.

Então que na mente das pessoas se afixe a cor que melhor irá permitir sua interação vibratória com seu que­rido Orixá, pois através dessa via colo­rida seu Orixá atuará em todo o seu mental, espiritual, emocional e físico, e o fará com tanto amor que, no fim, no imenso oceano da vida, todos serão cintilantes e multicoloridos “pingos” de amor à criação e de fé, muita fé, no nosso amoroso Criador.

Agora passaremos aos nossos ama­dos filhos-de-santo e filhos-de-fé, as cores que temos permissão de revelar, e que, se estudarem um pouco acabrão descobrindo fundamentos profundos no campo das irradiações energéticas que começam a acontecer após nossos “pedidos” e orações, invocações e fir­mezas, irradiações e cantos.

OXALÁ………………….. Branco, cristalino, furta-cor.

OIÁ-TEMPO………….. Azul escuro, branco, preto e prata.

OXUM…………………… Rosa, dourado, azul e amarelo.

OXUMARÈ…………….. Azul, furta-cor, lilás e azul celeste.

OGUM…………………… Azul escuro, prateado, vermelho.

IANSÃ…………………… Amarelo, dourado, vermelho-coral.

XANGÔ………………….. Marrom claro, dourado, vermelho.

EGUNITÁ………………. Laranja, dourado e vermelho.

OXOSSI………………… Verde, azul escuro e magenta.

OBÁ………………………. Magenta, dourado e vermelho.

OBALUAÊ……………… Branco, prateado, violeta e branco/preto.

NANÃ……………………. Lilás, azul claro e roxo.

IEMANJÁ………………. Branco azulado, prateado cristalino, azul profundo (anil) e azul claro.

OMOLU…………………. Vermelho, preto, roxo, branco, vermelho, preto.            

EXU………………………. Preto, e vermelho.

POMBAGIRA………… Vermelho, e preto.

Portanto, fiquem com as cores que já se tornaram padrão, e está tudo certo para os nossos amados Orixás, uma vez que eles querem vê-los a partir de sua fé, que deve ser pura e imaculada.