Dia 13 de Maio, comemora-se a libertação das pessoas que eram dados como escravos, mas no meio umbandista também é o dia de homenagear os queridos trabalhadores da linha dos Pretos e Pretas-Velhos.
Entidade conhecidíssima e popularmente difundida. É muito comum encontrar alguém que ao fazer uma brincadeira fala no jeito característico desses abnegados espíritos: Suncê, Mizifio, Zinfio, etc.
Foi a segunda linha de trabalho a se manifestar depois do advento da Umbanda, se crermos no mito fundador, através do médium Zélio Fernandino de Morais, com o nome de Pai Antônio, e também pode ser considerado o instituidor do uso de elementos ritualísticos, como fumo e guias nos trabalhos de Umbanda.
É factual lembrar que já haviam manifestações de pretos-velhos mesmo antes do surgimento da Umbanda, mas foi nessa que essa linha se popularizou e se mesclou, não podemos pensar em Umbanda sem pensar nesses queridos guias.
Nem todo preto-velho foi escravo ou é um senhor idoso, alguns espíritos que trabalham nessa linha se apresentam como Pai, Mãe, Vô, Vó, Tio ou Tia.
Nem todos tiveram a passagem pelo cativeiro ou sequer tem ascendência africana. A linha dos pretos-velhos é emblemática, assumem a roupagem de um africano, ancião e geralmente com nome de batismo cristão.
Não há linha que mostre melhor conformidade com o universalismo do que esta. Ao mesmo tempo em que pode se ouvir um preto ou preta-velha rezar para Zambi, Olorum, Oxalá, também os veem rezando pra Jesus, São Francisco e São Benedito.
Geralmente eles se manifestam com a coluna arqueada, com os aspectos de um ancião mesmo, se sentam em seus tocos ou bancos, pedem o cuitê (cuia para beber água ou café), sua cachimba ou pito (o cachimbo ou o cigarro-de-palha) e uns raminhos de ervas.
Benzedores e mirongueiros, os pretos-velhos eram os curadores naturais do povo que habitavam as Senzala. Curam as dores da alma e do corpo, com suas rezas, beberagens, banhos de ervas, defumação e muita, mas muita fé.
O simbolismo da simplicidade destes guias aliada a conduta da sabedoria dos anos, os transformam em um dos mais carismáticos dos guias a trabalharem com a assistência dos que procuram os centros umbandistas.
Adoram “prosear” e geralmente depois do benzimento que sempre dão, com ervas, estalar de dedos, cachimbo ou outra forma, vêm uma palavra amiga e de incentivo.
Os Orixás que irradiam essa linha de trabalho são geralmente associados aos Anciões: Oxalá, Omulu e Nanã Buruquê.
Geralmente se utilizam de fios de contas (guias) com lágrimas de nossa senhora, cruzes, figas, ou em tonalidades de contas preto-e-branca.
Se utilizam das velas nas cores branco-e-preto, branco, lilás e violeta e alguns até mesmo roxo. Fumam cachimbo e cigarro-de-palha, geralmente pedem para seus filhos fazerem seus próprios fumos com ervas ao invés de só tabaco.
Bebem café e água, alguns bebem vinho. E ainda podem usar bengalas, panos na cabeça, no colo e chapéu de palha.
A saudação a essa linha pode ser tanto Iaô Vovô e Iaô Vovó, quanto Salve os Pretos-Velhos ou Adorei as Almas!
Apresentam-se geralmente na incorporação de forma curvada, andando devagar, com fala mansa e amável.
Salve todos os pretos e pretas-velhas, que eles possam com suas vibrações de amor, caridade e fé trazer para nós a lição necessária de humildade e sabedoria.
Veja nosso vídeo sobre o dia 13 de Maio e entenda o que há por trás da data e da função do Preto-Velho