Sejamos sinceros, nunca antes o acesso a informação esteve tão difundido e tão facilitado. Porém, com essa facilidade também podemos encontrar muita porcaria escrita por aí. A internet é apenas um dos veículos que proporcionaram acesso a informação, mas nem sempre o que se vê por aí é o que realmente deveria ser, ou não tem fundo ético algum ou simplesmente é um aglomerado de bobagens.
Isso se reproduz nos meios escritos, blogs, jornais, livros e cursos, a cada dia temos mais e mais ofertas para o nosso aprimoramento, mas também várias armadilhas no meio do caminho. Como podemos nos assegurar que realmente aquilo é algo bom e proveitoso?
Mudemos então um pouco o foco e vamos para algo que com certeza fascina a todos que leem esse blog, a mediunidade, que muito se diz por aí. Até o século XIX a mediunidade era totalmente desconhecida do meio ocidental no que tange a estudos sérios e experimentação. O povo oriental, milhares de anos a nossa frente nesse quesito, já doutrinava seus dons e os exercitava através das escolas religiosas e filosóficas. Os hindus chegaram a um nível de sofisticação tão impactante que podíamos ver faquires fazendo façanhas que desafiavam qualquer sanidade. Mas será que tudo era real? Nem tudo.
Até algumas décadas atrás havia pouca ofertas de livros umbandistas, porém de repente, com o advento da força de Oxóssi expandindo o conhecimento, pudemos presenciar uma explosão de títulos sendo publicados pelos mais diversos autores, dos mais diversos segmentos e vertentes. Mas como acreditar em tudo que está escrito?
Bom, a resposta para todas essas perguntas é DISCERNIMENTO.
Sim, essa é a melhor ferramenta no estudo doutrinário e também na educação da mediunidade. Antigamente as ordens iniciáticas mantinham um controle sobre o conteúdo a ser estudado pelo neófito ou postulante, fazendo com que o mesmo começasse a exercitar suas capacidades básicas, e ia dosando, pouco a pouco, as lições trazendo assim para o interior do conhecimento da ordem os que realmente tinham capacidade para absorver tudo aquilo sem se deslumbrarem simplesmente pelas manifestações. Isso também ocorreu na Umbanda e em outras religiões espiritualistas, porém o preparo dos pais e mães de santo nem sempre condizente com a posição em que ocupam, e também os milhares de dogmas e preconceitos atrelados a falta da cultura e educação com um pouco de medo de perder o poder e o controle dos seus filhos, criou certas aberrações. Dirigentes que mantém mistério de tudo, transformando seus tutelados em simples ‘incorporantes’ sem entender ao menos o que lhes ocorre e não permitindo que esse procure saciar as dúvidas mais básicas para entrar assim na seara mais profunda da reforma interior.
É necessário dar pouco a pouco, mas nunca cessar o fornecimento de informações. Saciar a curiosidade é o primeiro passo para dominá-la. A curiosidade é benéfica quando tem um objetivo e está bem direcionada. A partir do momento em que se nega conhecimento esse filho com certeza irá procurar em todas as fontes possíveis (a internet é uma realidade), e nem sempre o que está lá é o que é benéfico para o agrupamento espiritual. Então os dirigentes tem que ensinar o filho, mas também incentivá-los a procurar outras fontes e usar o discernimento. O ensinamento dado na casa servirá como farol que guia os barcos na escuridão, assim quando ele se deparar com uma formulação mágica para amarração ou uma mãe de poste querendo lhe roubar o dinheiro e lhe transformar em um doador de ectoplasma para entidades nefastas, este poderá desviar, se defender e quem sabe até auxiliar a pessoa a sair daquele estado negativado.
Eu ouvi certa vez de um Caboclo assim: Leia Tudo, Estude Tudo, Ouça tudo, e passe tudo pela peneira do discernimento. Aquilo que sua razão e seu coração disserem que está correto, estará. E o que um dos dois vacilar é porque não se deve manter em seu arquivo mental. Desfaça-se.
O bom-senso e o discernimento são as ferramentas fundamentais para todo o processo de nossas vidas. Se algo é ruim no plano material, com certeza o será no plano espiritual. Se algo está te incomodando no íntimo, é melhor ouvir sua intuição.