vamos-a-lutaGostaria que esse texto fosse algo surpreendente, que trouxesse uma paz de espírito ou que até mesmo elevasse ou glorificasse as atitudes de dirigentes do cenário umbandista nacional. Porém, de antemão já peço desculpas a todos, pois isso anda quase impossível de ser feito nos últimos tempos.

Tenho a impressão de que a quantidade de informação e a sua facilidade de acesso não está sendo usada para uma boa causa, ou pelo menos, que estão sendo desfeitas conexões importantes. Parece-me que agora existe uma substituição de artigos, textos e livros antigos ou até mesmo de bons livros contemporâneos por uma superficialidade de informação disfarçada de enxurrada de dados jogados a esmo na tela dos computadores e nas redes sociais.

A internet deveria ser uma ferramenta de divulgação e além de tudo de informação, mas nosso colunista Alexandre Abreu, chama a atenção clara para como estão usando isso de forma desmedida e inadequada, para não dizer perversa. Leia o artigo Tecnomacumba: Uma crônica sobre a Espiritualidade e a Tecnologia.

Mas, bater na mesma tecla, repetir o mesmo bordão, parece algo cansativo, como naquela máxima: Repetir mil vezes uma mentira, até ela se tornar (ou soar como) verdade.

Vejo isso acontecendo e para piorar da boca (ou teclado) de pessoas que deveriam compor a liderança da Umbanda, ou pelo menos eles se julgam assim.

Precisamos de uma vez por todas entender que a constituição da Umbanda não é preconceituosa. Novamente repito: Não é preconceituosa! Mas tem fundamento e o fundamento deve ser compreendido, inclusive o fundamento histórico.

A Umbanda como religião, foi oficialmente formatada por Zélio Fernandino de Morais e o Caboclo das 7 Encruzilhadas, mas ela como algo livre, sofreu (com toda a certeza) diversas alterações e inclusões. Eu particularmente não vejo problemas nisso, desde que a coluna central e a fundação (os princípios fundamentais) não sejam alteradas.

Por exemplo, o uso de atabaques não fazia parte da primeira Umbanda, porém eu me sinto muito confortável em ouvir o som dos atabaques e não vejo nada que possa desaboná-los.

Sempre que coloco esse ponto de vista em rede, sou taxado de branco (Oras, sou mesmo. Isso até onde sei, nunca foi crime.), racista e iludido. Dizem que estou profanando e proferindo bobagens a respeito da religião africana de Umbanda. Aqui já faço a primeira observação:

A UMBANDA NÃO É AFRICANA!

Não adianta você repetir isso eternamente, que ela nunca foi e nunca será africana e isso em nada invalida ou menospreza a cultura africana, da qual a Umbanda TAMBÉM bebe. Veja o friso na palavra TAMBÉM! Pois, a Umbanda ainda é formada da cultura ameríndia e da cultura europeia. Não adianta espernear ou gritar mais alto, pois é verdade. A Umbanda nasceu dentro de um centro espírita, em uma sessão espírita, conservou durante boa parte do tempo sua estrutura espírita e era usado (inclusive são recomendados como obras básicas dentro do regulamento da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade) o estudo das obras de Allan Kardec e também tem influência católica.

Parece que a síndrome de culpa pelo passado, do crime absurdo cometido por pessoas que nem mais vivas estão, perduram até o dia de hoje, levando-nos a sermos taxados de preconceituosos pelo simples fato de assumir que a Umbanda não é africana, mas sim brasileira, ou seja mestiça, uma mistura de todas as etnias que compõe o povo brasileiro. Não consigo imaginar nada mais universal e inclusivista do que isso. Até mesmo vejo isso como o máximo da beleza e da convivência com múltiplas culturas.

Muitos desses ataques partem de uma determinada vertente, pois bem, analisem a liderança dessas vertentes e vejam que a maioria é Branco, de nível socioeconômico de médio para alto e também são escolarizados, em sua maioria com nível superior. A elite nos acusa de elitizar, quando nosso discurso é que a umbanda tem que ser simples e acessível (inclusive gratuita) a todos.

Pior é quando essas lideranças simplesmente ignoram as regras básica deixadas pelos espíritos da codificação a respeito da sobrevivência, da manutenção da vida, da lei de causa e efeito e do karma. Tem alguns até que chegam de uma forma ou outra a exacerbar a figura de entes trevosos, de até amansá-los para o paladar do povo mediano, ainda conseguem até influenciar de maneira negativa ao seu público para que abram a mente e vejam que são CONDUZIDOS E OBRIGADOS e logo por isso, deve-se romper com isso e fazer tudo que se queira.

CALMA LÁ! Liberdade é boa, mas ela termina quando começa a do meu próximo e além disso existem LEIS DIVINAS que são imperativas, como o caso de acabar com a vida de alguém, nem que seja a nossa, por meio de suicídio ou eutanásia. Ninguém é pecaminoso por acabar indo por esse caminho, porém é uma afronta ao Divino e ao maior presente, que é a possibilidade de resgatar nossos erros pretéritos em uma nova existência. Haverá consequências!

As dificuldades que passamos são resultados de exageros passados, que nós trazemos em nossas costas através daquilo que chamamos de Karma. Devemos deixar claro que TODAS elas, TODAS AS DIFICULDADES, são pedidas por nós e que nós em um momento mais lúcido (desencarnados) aceitamos passar pelas mesmas como forma de aprender e lapidar nossos sentimentos mais negativos e nossas paixões inferiores.

NADA ACONTECE NO MUNDO QUE NÃO SEJA DA VONTADE DO PAI!

E pode taxar isso de melodrama espírita a vontade, com o linguajar que melhor aprouver (pois cada um só dá aquilo que possui) porém, não podemos ficar omissos a essa nova onda de espíritos que parecem estar indo na contramão daquilo que sabemos por diversas religiões que nos melhorará no futuro vindouro. Parece-me até que eles servem a um outro senhor, um senhor mais nefasto. E esse pensamento me causa arrepios!

Nada na vida é fácil e nem deve ser! O baiano Severino sempre me diz que não estamos aqui de férias e que o céu não é um lugar para ficar tocando harpinha, que tudo é trabalho e que tudo é ação! Posicione-se e perca o medo desses que se julgam maioria. Eles só possuem voz porque possuem mais mídia e porque nós que não concordamos com essa Umbanda Fast-Food, permitimos, ao nos omitir, ao no calar. Sejamos a ação que queremos ver em nossa vida, vamos defender os nossos princípios e as Leis do Criador, com INFORMAÇÃO, com POSICIONAMENTO e acima de tudo com INTELIGÊNCIA.

“Os lugares mais sombrios do Inferno são reservados àqueles que se mantiverem neutros em tempos de crise moral” (Dante Alighieri)

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