Quem nunca viu ou ouviu falar do famoso vaso de 7 ervas? Escrevo com o numeral cardinal, pois é assim que ela é vendida. O símbolo “7” aqui toma uma forma até mágica para expressar o preparo ou o vaso, muito mais significativo do que o nome por extenso “sete”.

Mas, você sabe o que são de fato as tão famosas 7 ervas? 

Basicamente é um composto de sete plantas diferentes, colocadas em um só vaso que tem por função primordial afastar a inveja, o mau-olhado e a negatividade de um lugar e das pessoas que lá estão. Bem comum em casas e também em comércios, logo na entrada, pois pela tradição dizem que o primeiro contato do “olho mau” é com o vaso de planta e esse já suga toda a negatividade.

Essa história tem tanta força que cunhou até uma expressão para quem tem esse olhar invejoso que é “olhar de secar pimenteira” ou “olho de seca pimenteira”. Pois, supostamente, o olho ruim seria atraído pela pimenta e essa iria fazer uma operação de sacrifício, kamikaze, absorvendo toda a negatividade e secando (morrendo) no processo.

Agora, munidos destas informações, podemos voltar a pergunta anterior: “O que é então 7 ervas” ou seria melhor “Quais são então as sete ervas?”. Aí que está uma grande incógnita. Ninguém sabe!

Não há uma definição clara de quais seriam as sete ervas clássicas que comporiam o conjunto “7 Ervas”, porém o mais aceito é: Arruda, Guiné, Comigo-Ninguém-Pode, Espada de São Jorge, Pimenta Vermelha, Alecrim e Manjericão. 

Mas já encontrei preparado de sete ervas com: Abre-Caminho, Espada de São Jorge, Peregum Roxo, Manjericão, Manjerona, Alecrim, Alfazema.

Isso me leva a crer que “7 Ervas” não são exatamente um composto único, mas uma definição quase cabalística, mágica e esotérica, onde definiríamos que 7 é um número completo, representando a perfeição e abrangendo o TODO. Logo trabalhar com sete espécies ou qualidades de ervas nos colocaria em uma situação onde cobriríamos todo um espectro energético que gostaríamos de alcançar.

Então, poderia fazer um preparado de “7 Ervas” usando de Hortelã, Lavanda, Pimenta, Manjericão, Poejo, Eucalipto e Alho e ainda assim seriam ou seria o composto de “7 Ervas”.

Por isso que fica muito claro que quando vamos a um terreiro e um guia recomenda que seja usado um banho de “7 Ervas”, que essas ervas sejam especificadas. Visto que poderíamos incluir qualquer erva no composto de sete, desde que o número permaneça em sete qualidades diferentes de ervas.

Parece até muito lógica essa afirmação, mas muitos saem dos terreiros levando consigo as dúvidas e se confortam em ir a uma casa de artigos religiosos pegar um saquinho enumerado como “7 Ervas” ou “21 Ervas”, como é bem comum. Porém nem sempre aquelas ervas que compõe aquele banho/defumação industrial, são exatamente o que a pessoa precisa. Muitas vezes seu banho não é de descarrega, mas de prosperidade, como fazer neste caso se usamos ervas de descarrego? É importante entender o propósito das ervas.

Já que tocamos no assunto das “21 Ervas”, seriam elas mais poderosas? Nem sempre, tudo depende da necessidade. Porém o número 21 é o produto de dois números com grande significado esotérico e místico, seria o produto de 7 (que já vimos é o número do ciclo perfeito) e do número 3.

O número 3 dentro do misticismo é um número representativo da trindade. Essa trindade pode ser tanto Mental, Espiritual e Material; quanto Pai, Filho e Espírito Santo. Ainda poderíamos expandir a ideia e definir como Vishnu, Brahma e Shiva; ou Odin, Tor e Tyr; ainda Odin, Frei e Freia; Zeus, Poseidon e Hades; Anu, Enlil e Ea; Amon, Rá e Ptah; Ulomus, Ulosuros e Eliun; Júpiter, Netuno e Plutão; Wodan, Thor e Fricco; etc…

O número três representaria o poder total, das três faces universais: Criação, Manutenção e Destruição. Logo 3 x 7 seria o mesmo que “Todo o Poder” x “o Todo” = Infinito. Logo o 21 poderia ser interpretado como todo o poder no todo, ou o poder infinito ou ainda como eu gosto de pensar: “O poder mais poderoso que pode se manifestar”.

Bom, é isso, espero que esse texto gere algumas reflexões em vocês e deixem seus comentários para continuarmos a explorar esse fascinante campo do “E se…”.

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