Precisamos desconstruir o conceito que temos de religião. Pois tudo o que pensamos sobre religião não é nosso, propriamente dito. Tudo isso nos foi dado no processo de colonização e, principalmente na perspectiva ocidental, fomos intensamente e fortemente influenciados pelas ideias judaicas e cristãs.

Quando voltamos nossos olhos para o outro lado do planeta, o Oriente, temos uma oportunidade de olhar a religião por uma nova perspectiva, a qual, nem nos damos o trabalho de conhecer ou entender, pois já vamos criticando negativamente pois em nossa restrita ideia não conseguimos compreender.

Os primeiros pesquisadores (Émile Durkheim, Bronislaw Malinowski entre outros) caíram neste mesmo engano, partindo para pesquisar culturas e religiões distantes, comparando-as com as suas referências. E se depararam com algo completamente diferente do que conheciam e logo foram taxando como culturas inferiores, justamente porque eram diferentes.

Muitos anos depois, ainda cometemos os mesmos enganos, pois temos uma leve tendência, pra não ser taxativa, a considerar o “diferente” como algo errado ou superior. Lego engano, o nosso.

O diferente nos causa estranheza, porém deveria despertar mais nossa curiosidade do que nossa repulsa. O diferente é tão somente uma nova perspectiva, uma nova maneira de ver as coisas ou de realizar determinadas tarefas, sejam elas simples ou complexas.

Muitos teólogos, psicólogos, pedagogos, sociólogos, filósofos ficam presos aos seus conceitos aprendidos na academia e não percebem que ao aplicá-los em seu objeto de estudo, “Deus” ou  “o ser humano”, estão analisado apenas uma parte a partir de apenas uma única perspectiva.

Sendo assim, fico a indagar: Será que não estamos fazendo o mesmo no campo da religião?

Será que não estamos analisando a religião do outro ou suas práticas a partir da nossa própria perspectiva? Sim, porque quando analisamos as escolhas do outro e as comparo com as minhas eu critico e argumento se aquilo é bom ou não. Mas para quem? Para mim ou pra ele?

Quem somos nós para julgarmos a atitude ou as escolhas do outro?

Porque estamos no nível de avaliar e talvez, porque tenhamos tanta sabedoria e conhecimento que nos torna superiores aos demais seres deste planeta?

Será que não estamos criando uma religião a partir de nós mesmos e nos colocando no lugar de deus ou deuses que tudo avalia?

Religião não é crítica!

Religião é escolha, a “minha escolha” pessoal e individual, pois é o “meu caminho” de chegar à Deus, Alah, Javeh, Kami ou seja lá o nome que você escolher.

Apenas escolha um caminho e seja feliz!

“Pensamentos egocêntricos que levam as pessoas a formar grupos que, dizendo-se defensores de determinada ideologia ou pensamento, consideram os demais como inimigos, não só geram erros para a Nação, como também constituem um obstáculo para a paz mundial.”

Mokiti Okada, pensador japonês(3/10/51)

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