As inúmeras advertências propagadas por aí parecem pouco importar para os supostos postulantes a médiuns – intermediários das comunicações espirituais. O que vemos cada vez mais são pessoas que começam a sentir a sensibilidade mediúnica aflorando e se entregam de vez a qualquer comunicador do mundo espiritual. Sem preparação, sem um ambiente próprio e sem a menor educação para tal.

O fenômeno parece importar mais do que a filosofia por trás de tudo o que representa um processo mediúnico. Independente da religião que a utilize como ferramenta. A mediunidade é isso, um meio e não o fim. Ela tem o propósito de trazer do plano astral/espiritual as informações e lições necessárias para o aprimoramento do ser humano, mas é tratada como algo mais excepcional, que traz certo destaque a quem a possui.

No mundo atual, onde a internet possuí informações abundantes – porém nem sempre corretas, e na era Facebook onde em todos os grupos existem milhares de gurus e doutores da espiritualidade, isso acaba se complicando ainda mais. Podemos notar vários ‘discípulos’ e seguidores de doutrinas espiritualistas. Porém quando você os questiona sobre a mesma, se escondem sobre o capuz de vários textos religiosos e doutrinários. Isso, pode até ser comum, em religiões mais estabelecidas como as patriarcais Judaico-Cristãs. Mas dentro de linhas como o Espiritismo (ou Umbanda) é inaceitável! Pelo próprio propósito da doutrina que é a compreensão maior sem ‘preconceitos’ ou ‘abandonos’.

A estrutura de uma religião é formatada para trazer a seu seguidor a segurança para cultuar sua deidade e suas crenças. Exercendo sua fé, não permitindo que esse caia em situações desagradáveis. Ainda mais em religiões mediúnicas onde são necessárias várias precauções para trazer essa segurança. O mundo espiritual tem toda uma fauna de espíritos diversos – além dos que não exploraremos aqui como encantados, naturais, gênios, anjos, demônios e elementais. Só o espírito humano é encontrado em uma ampla diversidade.

Apenas ler os livros de um determinado autor não te incute todos os conhecimentos necessários para estabelecer uma comunicação segura. Até porque muita coisa é dita em reuniões, aprendida na vivência e  por meio experiência. As coisas mudam, no plano espiritual também.

Existem motivos muito importantes para que a comunicação mediúnica não seja feita sem o preparo. Um médium demora certo tempo para identificar seus próprios mentores, quanto mais para identificar toda sorte de espíritos. Um pretenso médium carregado na vaidade, no orgulho, no ego, na ignorância e com sentimentos não muito nobres irá atrair para si espíritos afins. Assim como uma pessoa jocosa, que deseja brincar com a espiritualidade, irá atrair espíritos zombeteiros e brincalhões.

Para ter uma garantia de segurança – e mesmo assim nem sempre o é – é necessário estar em um ambiente preparado, com proteções, com um grupo de trabalhadores comprometidos com a filosofia da casa. A grande valia do teor da mensagem é o que importa. Mas infelizmente preocupam-se apenas com o arquétipo que o espírito se apresenta, logo deduzem que um velho camponês não pode trazer uma comunicação de maior valor moral que um médico ou filósofo. Eis a arrogância instituída.

E quando então esses ‘médiuns’ acabam por dar consultas via internet? Não tem o mínimo conhecimento para tal, mas se assoberbam de valores dados pelos espíritos (que ele nem ao menos sabe se são realmente comprometidos com o bem). E na grande maioria dos casos geram uma fascinação espiritual, prejudicando a quem o consulta e também o consultado.

Espírito que se manifesta sem a permissão do médium é apenas um espírito obsessor e não podemos chamar isso de incorporação, mas de possessão. Ludibriado pelos espíritos negativos ele se coloca como um grande guru espiritual ou é influenciado mentalmente por esse. Acabando por desqualificar todos os que possuem uma mensagem positiva para passar.

Incorporação? Só em centros espíritas, espiritualistas e terreiros ou em trabalhos com a corrente mediúnica da casa a qual faz parte. O mesmo vale para as psicografias, psicofonias e toda sorte de manifestações mediúnicas.

Esse texto fica mais como um alerta – mais um dos muitos que existem por aí – para que você não seja vítima da obsessão espiritual e se decepcione, colocando a culpa sempre na doutrina e não na sua vaidade descabida.

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