A origem dos distúrbios mediúnicos começa sempre com o desequilíbrio da paixão inferior. Não há como negar que a mediunidade fascina a ponto de acharmos que detemos um poder maior do que realmente temos. O espírito através do aparelho afinado consegue trabalhar campos energéticos invisíveis aos olhos da matéria, curando, propiciando e resgatando a alegria de viver em muitos casos. Na Umbanda, religião altamente caritativa e assistencialista, é regra os atendimentos aos necessitados.

Em giras, que podem ser temáticas ou não, costumam baixar caboclos, pretos-velhos, baianos, e toda espécie de gente brasileira para fazer a caridade e o atendimento. Seus chás, banhos, cânticos, fumaçadas, e por que não dizer conselhos, trazem as energias dos consulentes ao equilíbrio, harmonizando-o e permitindo que este parta em busca de resolver as questões mais ocultas que lhe trouxeram essa desarmonia.

Então, o médium principiante, acredita estar sendo o condutor de tão poderosa salvação, sendo o responsável pela melhora imediata desses filhos, que em sua fé, buscam auxílio, e eis que começam as modificações no campo energético do próprio médium.

O deslize moral dá espaço para a vaidade e o orgulho, deixando o médium a baila de energias conflitantes em seu interior. A dúvida sempre é saudável quando esta não o domina, em outros casos a dúvida cessa e dá lugar a uma certeza absoluta de que somos os detentores do poder do astral e que as melhoras milagrosas são operadas pelo nosso bel prazer.

Os guias alertam a todos os momentos sobre essas situações menos favoráveis a mediunidade, deixando até a cargo de o médium resolver suas próprias paixões inferiores, mas muitos em seus devaneios acabam por se vangloriar e abrir espaço para obsessões e fascinações de espíritos menos evoluídos moralmente.

As obsessões se instalam no aparelho mediúnico e este começa a ter seu trabalho prejudicado, as entidades que antes se utilizavam desse meio de comunicação começam a não mais conseguir uma manifestação direta, passando por imperativos do próprio médium e deixando este completamente isolado.

Eis um chamamento para o alerta de todos, quando realmente precisamos entender que não fazemos caridade alguma sem a ajuda do plano astral, pois os mentores sempre estão nos inspirando de alguma forma para tomarmos a melhor decisão, porém a real escolha sempre a nós pertence.

Se seu desenvolvimento está começando agora, é bem possível que esteja deslumbrado com tantas novidades acontecendo, mas se lembre de que junto com as manifestações vêm à obrigação de manter o moral elevado e de aprender cada vez mais.

Não existem mestres supremos encarnados que possam nos dizer como guiar nossa mediunidade, pois a mesma é pessoal, única e intransferível. Não permita que esse instrumento de evolução e melhora seja utilizada de forma deturpada, dispa-se das suas vaidades, deixe seu orgulho sufocar no silêncio, acometa-se da simplicidade e mantenha sempre a firmeza com os valores elevados de nossos irmãos espirituais.

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