The Remorse of Orestes por William-Adolphe Bouguereau

É atribuído aos espíritos obsessores grande parte dos males que a humanidade acaba vivenciando, porém essa dependência não é apenas de via única, não é apenas o espírito malfazejo que precisa de algo e nos ‘suga’ e sim uma relação de mão dupla.

Para uma obsessão se instalar é necessário um ambiente propício, ou seja, uma mente em desequilíbrio afetada por vaidade, orgulho, arrogância, prepotência, entre outros.

Os estágios da obsessão se tornam confusos, muitas vezes sou interpelado por espíritas sobre isso, e me perguntam se não sigo o que Kardec deixou codificado, bem, minha resposta parte do seguinte princípio: “Os estudos do Kardec se deram em uma época que podemos chamar de nova aurora da espiritualidade ocidental, porém não quer dizer que eles ficaram engessados e congelados no tempo, impedidos de evoluírem ou se alterarem conforme o passar dos anos e também a experiência dos espíritos trevosos.”.

Precisamos entender a natureza do espírito obsessor, que muitas vezes, são subestimados por nós.

Existem diversas categorias de espíritos, tanto os bons espíritos ou elevados quanto os maus espíritos ou trevosos. Mas isso não se relaciona com o aspecto intelectual do ser humano, seja ele encarnado ou desencarnado.

Lembremo-nos de uma citação “Assim na Terra como no Céu”. – Pai Nosso Cristão ou

“O que está em cima é como o que está embaixo. E o que está embaixo é como o que está em cima” – Lei Hermética.

Então o que existe aqui também existe lá, e não vemos tantos criminosos inteligentes, ou pessoas que julgamos do mal estarem se adaptando e se aprimorando? Os assaltos a banco podem ser substituídos por assaltos digitais, sem necessidade de ir até uma agência, armado, etc, como exemplo.

Agora vamos pensar, porque lá do outro lado, destituído da matéria, seria diferente?

Não é! Tudo evolui, e não podemos mais ser inconsequentes em acreditar que os espíritos trevosos são seres incapacitados em seus sofrimentos. Claro que existem os espíritos dementados, os em desequilíbrio e outras classes menos preocupantes, mas os mentores, os cabeças do negócio, são espíritos espertos e inteligentes. E raramente eles colocam a cabeça pra fora de seus ‘esconderijos’, enviando os seus asseclas para fazerem seus trabalhos.

Em uma visão mais detalhada podemos dizer que eles até ajudam a Lei Maior nesse aspecto, pois geralmente há a interseção das forças da Luz em cima desses espíritos em estado de sofrimento ou perdidos, e aí eles são recolhidos, consumidos, amparados e encaminhados para seus lugares de merecimento e necessidade. Mas a intenção original de quem os enviou não é essa.

As obsessões não existem só para que o espírito venha a acertar contas do passado ou pelo ódio por si só de um indivíduo, elas são matizadas para enfraquecer o todo: uma egrégora, um grupo de espíritos afins, além de servirem como catalisador de energias que esses espíritos trevosos necessitam para seus fins.

Em se tratando de obsessão simples, podemos até encontrar algum desafeto que quer nos prejudicar, mas em situações mais complexas, em obsessões coletivas, em fascinações e subjugação isso não pode ser visto com tanta simplicidade.

É necessário se deter mais tempo na elaboração das próprias atitudes e de como evitar isso, porém geralmente percebemos que algo está errado depois de já instalada a obsessão em um espectro mais amplo, e nessa fase já não temos mais consciência ou pelo menos ela está em conflito, sobre o que é nosso pensamento e o que não é.

Em alguns casos somos dirigidos pelos espíritos e nem nos damos conta, mas para chegar até esse ponto, fomos permitindo, deixando e nos iludindo. No começo da obsessão até temos aquela sensação de que há algo errado, mas devido a nossa vontade e necessidade de ter as preces atendidas, ou da urgência em adquirir poderes extraterrenos e vamos permitindo sermos ‘amparados’ por essas forças ocultas sem fazer o exercício do discernimento.

Nós todos somos falhos, humanos em aperfeiçoamento e aprendizado, logo nem mesmo um Pai de Santo, Padre, Pastor, Mestre, Llama, etc, tem todas as respostas para todos nossos problemas e eles mesmo não são infalíveis. Mesmo nossos guias e mentores, ainda estão em evolução, claro que muito mais adiantada que a nossa, e podem cometer seus enganos.

Então, antes de culpar o terceiro pelo que está te acontecendo, faça uma verificação de seu EU para achar o real culpado. Se estiver sendo vítima de obsessão em qualquer espectro desta, faça uma ponderação sobre como você permitiu que isso ocorresse, mas caso você esteja mergulhado no turbilhão da ilusão, e está lendo isso, saiba que de alguma forma você deve aceitar o amparo de um amigo, mas sempre guiado pelo seu discernimento e exame da própria consciência.