O terreiro de Umbanda é um lugar de prosperidade, de paz, de harmonia. Um local onde vamos comungar com o sagrado e elevar o pensamento, aprendendo e nos ajudando a evoluir e nos tornando pessoas melhores, mais prósperas e mais felizes, correto?

Sim, porém não é o que vemos ocorrer em grande parte dos terreiros!

Infelizmente, esse assunto é bem complexo e delicado, porém alguém tem que mexer no vespeiro e quem seria mais adequado do que eu que adoro comprar uma briga?

Vemos diversos terreiros sendo abertos, principalmente depois do advento da NeoUmbanda e do financiamento de certificados de Sacerdócio. Porém, estariam eles mesmos preparados para resolver os problemas que chegam no terreiro? Não estariam eles angariando mais Karmas para suas vidas e de seus filhos? Penso ainda mais, não poderiam estar usando da energia dos filhos-de-fé para aprimorarem suas próprias vidas?

A primeira questão, dos despreparados, é um tanto quanto mais fácil de resolver, pois quando o terreiro cair completamente, começa então o ciclo depurativo. Claro, que nesse caminho muitos serão atingidos, é o dano colateral necessário, para que um terreiro despreparado deixe de existir. Contudo, são seres humanos que estão lá, tanto na assistência – em  busca de ajuda – quanto dentro da corrente mediúnica. Todos irão sofrer das repercussões do Karma gerado e também de ataques espirituais e possivelmente até mesmo de incursões e dominações de entidades trevosas. Existem vários terreiros, igrejas, casas espíritas e outras denominações que são guiadas por entes trevosos que se passam – mistificando – por espíritos abnegados e elevados. Porém, ao analisar suas mensagens podemos notar traços de personalismo, vaidade, orgulho e maldade. Então as palavras de São João ecoam em nossas mentes:

“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, porém, avaliai com cuidado se os espíritos procedem de Deus, porquanto muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.” 1 João 4:1

Muitos sacerdotes são levados a crer, por inocência, por vaidade ou por preguiça, de que estão aptos a abrirem suas casas pois fizeram cursos rápidos de “Como se tornar pai-de-santo”. Acreditam piamente que poucos meses de curso, irão lhe prover o material necessário para lidarem com os filhos-de-fé e liderarem outros nessa busca. Esquecem que a missão sacerdotal – termo que não gosto de usar, quando se trata de Umbanda – é uma escolha de CIMA para BAIXO e nunca o inverso.

Contudo dentre esses locais, o que mais me preocupa são aqueles onde os “dirigentes” confessos de suas incapacidades ou até mesmo moralmente alvitado, decidem sucumbir as hostes negativas. Nisso vemos terreiros que demandam terreiros, filhos-de-fé sendo presos ou ameaçados dentro de suas próprias casas e o pior, muitos acabam tendo suas vidas despedaçadas.

Aquele filho que outrora era próspero em suas atividades laborais, que empreendia e tinha sucesso em seus estudos, que formava uma família feliz, que se relacionava bem com seu cônjuge, que possuía certo conforto material e espiritual, percebe que de repente tudo muda.

Como pode um filho-de-fé, trabalhando em prol da Espiritualidade, começar a sofrer tamanhas provações? Há sim a questão de missão, mas ela é rara.

A maioria que se enquadra nessa situação, de perder tudo, não se conforma. Quando para para analisar, percebe que TODOS da casa estão assim, exceto os dirigentes. Esses – os dirigentes – prosperam a olhos vistos e exigem que seus filhos tenham a firmeza que eles possuem, mesmo que seja uma firmeza vazia e frágil.

Nesses tipos de terreiros é onde ocorre o que costuma-se chamar de “PILHA DE EGUM”. São terreiros que foram cooptados por forças negativas ou desequilibradas que em pacto ou trato com os dirigentes – por meio consciente ou inconsciente – permitem que seus filhos sejam obsedados, sugados, em troca de certos favores para a corrente assistente – pois precisa-se gerar clientes fiéis – e também fornecem uma qualidade de vida melhor para o dirigente. Mas a pergunta é: A qual preço?

Tudo, nessa vida, tem retorno. Uma hora ou outra esse local caí, seus dirigentes são desmascarados ou pior ainda, são levados desse plano. Há um caso muito claro de gente famosa que foi acometida de doença grave justamente onde mais se usava para convencer os “fiéis”.

Quando há esse tipo de local, a melhor coisa que fazemos para romper com isso é se afastar. Peça licença, saia, retire suas coisas e certifique-se de limpar tudo para desimpregnar da energia da casa caída. Procure reconstruir sua vida – e geralmente com esse afastamento as coisas melhoram – e procure um local sério e competente para continuar a missão.

Não adianta virar as costas de vez para as práticas espirituais, pois você a partir do momento que se consolida como um médium e concorda em permitir que os guias trabalhem, firmou um compromisso com o astral, então – por ética – é coerente que se continue a prática mediúnica. Porém, o livre-arbítrio está aí, para que possamos desfazer os nossos acordos firmados e decidirmos o que melhor for para nós.

Os “sintomas” geralmente sentidos em terreiros de encosto são: Divórcios, Miséria, Perda de Emprego, Doenças, etc. Mas só acometendo os trabalhadores, nunca os dirigentes. Esses por sua vez – dirigentes – prosperam a olhos vistos e muitos decidem abandonar os trabalhos diurnos para viver do terreiro.

Não seja parte dessa pilha de Egum, procure um local correto para trabalhar.


Ouça também nosso podcast Papo na Encruza.

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