Nessa edição as perguntas que recebemos falam sobre o papel do Cambone na  Umbanda, as diferentes formas de aconselhamento das entidades, até onde vai o saber das entidades e também sobre o uso do fumo no ritual de Umbanda. Acesse as edições anteriores aqui.

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Todas as respostas aqui dadas são baseadas na minha experiência pessoal, caso algo lhe desagrade use de seu discernimento. Ninguém quer ser o dono de nenhuma verdade absoluta.


Perguntas enviadas por Pamella Kristine Lessa
1. Qual o papel do cambone na umbanda? Ele pode incorporar?

Cambone é um dos primeiros “cargos” – eu prefiro função – a qual é submetido um neófito na Umbanda. Geralmente se inicia assim, com Cambone. Ele é o assistente das entidades, irá preparar o ponto, os apetrechos que a entidade usará e a irá auxiliar conforme ela pedir. Também serve como fiscal para possíveis casos de mistificação, animismo e exageros. Em algumas Casas – na que trabalho é assim – é comum o médium ter um diário, onde o Cambone anota dados sobre as consultas, tais como: Nome, problema e recomendação da entidade. Para caso seja diagnosticado que um médium está “passando a frente da entidade” ele possa ser corrigido e saibam o que ele pediu para ser feito. Cambones são de extrema importância pois, além disto tudo, servem também como doadores de ectoplasma. Fluído esse que é manipulado pelas entidades na obtenção de cura e manipulação energética. Geralmente o Cambone passa por esse estágio para começar a desenvolver sua mediunidade, é possível sim um cambone incorporar, se ele possuir mediunidade de incorporação. Mas alguns continuam como cambone por toda a vida e isso não é ruim de forma alguma, é uma função muito honrada e essencial. Eu sinto muita saudades da minha época de Cambone.

2. Tem diferença entre as entidades na forma de aconselhar? Ou lidar com um problema?
Sim, sempre existe diferença, pois a entidade – mesmo que possuam um mesmo nome simbólico – são espíritos distintos. Logo um caboclo Cobra-Coral manifestado no médium Antônio não é o mesmo do Cobra-Coral manifestado na médium Andréia. São dois Espíritos diferentes, que tiveram vivências e experiências diferentes, mas que se afinizam com a energia do Caboclo Cobra-Coral original e estão sobre sua vibração. Na Umbanda Sagrada chamam de trono Caboclo Cobra-Coral. Apesar de não seguir essa vertente da Umbanda, eu acho esse termo adequado, na falta de outro qualquer. Um Preto-Velho não irá agir como um Caboclo, que não irá agir como um Erê e que não irá agir como um Exu. Todos são diferentes.
3. Algumas entidades, em consulta, já falaram que tem certos assuntos que ela não poderia ajudar ou desconhece. Como funciona isso?

As entidades, ao contrário do que julgamos, não são oniscientes. Elas ainda estão em processo evolutivo, apesar de estarem mais adiantadas nesse objetivo do que nós. Imaginemos uma escala progressiva, digamos que estamos no nível 0 e as entidades que se manifestam na Umbanda estão entre o nível 1 até o 5. Quando chegamos mais ou menos no nível 4, já não há mais a necessidade – ou obrigatoriedade – da reencarnação. Se torna algo optativo e missionário, geralmente escolhido pelo próprio espírito, já mais evoluído, para voltar e ajudar a humanidade de alguma forma. Muitos passam desapercebidos, ou seja, não se tornam famosos. Talvez a ajuda seja salvar a vida de alguém que irá realmente fazer a diferença ou simplesmente cuidar e educar uma outra pessoa. Em alguns assuntos, principalmente quando se trata de um reflexo da lei de Causa e Efeito, o que eu costumo dizer que é quando estamos na mão da Lei Maior, aí não há o que fazer, é algo que vai acontecer, de qualquer forma. Em muitos desses casos, os espíritos guias não sabem realmente o desdobramento, pois está além da suas capacidades. É o mesmo que pedir para um estudante do ensino médio dissertar o que sabe um doutor.

4. As entidades podem ver tudo sobre a nossa vida? O que elas não podem ou não conseguem ver ou sentir?

As entidades não podem ver tudo, apenas aquilo que lhe é permitido saber. As entidades também são “TUTOREADAS” possuem mentores, quase como fiscais ou supervisores. Então só poderão ver o que lhes é permitido, a questão que muitos fazem é: PODEM LER MEUS PENSAMENTOS? Sim, podem. Pensamento é uma emanação elétrica de onda, ou seja, sabendo captar – sintonizar – nessa frequência é possível interpretar o que ela significa. Porém uma entidade raramente usará desse recurso e também não tem que fazê-lo pra te impressionar. Quem tá precisando de ajuda é você, não a entidade.

5. Oi! é necessário o guia fumar em suas incorporações? a fumaça que serve para limpeza energética pode ser de outra origem que não o tabaco?… como usar ervas no cachimbo e no cigarro de palha? grata por responder! – Pergunta enviada por Vitória Benevides

Existem situações em que o uso do fumo é realmente necessário, mas nunca de forma profana. O que quero dizer é: A entidade não irá tragar o fumo, não irá ficar fumando o tempo todo, não irá usar de forma recreativa o fumo. O Fumo e a fumaça é a união de vários elementos e energias: A vegetal, a ígnea, a eólica e o próprio ectoplasma do médium, energia animal-material. Ela é usada para desagregar cargas energéticas negativas, retirar larvas astrais, dissolver miasmas e cordões energéticos negativos, ajuda a desimpregnar os cascões energéticos. Também serve pra preparar um ambiente astralmente. Uso o nome de fumo genericamente, mas o que conhecemos mesmo por fumo é o tabaco, porém pode-se – e usa-se – várias ervas para compor os fumos das entidades. O Vovô Francisco do Congo geralmente usa um preparado de: Calêndula, Hortelã, Rosa Branca, Alecrim, Alfazema, Tabaco e Sálvia. Em outras oportunidades só Alfazema e Tabaco e em algumas ainda só o tabaco. Depende muito do que ele irá fazer e para quem irá ser utilizado esse preparado. O enfumaçamento é como uma defumação. O mesmo pode ocorrer nos cigarros de palha. Existe um preparado pronto chamado Kumbayá, com: calêndula, camomila, jasmim, menta, rosas, sálvia e tabaco natural.

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